29 dezembro, 2007

Vida nova para o blog


Parece coisa pensada, mas não foi... Finalmente ganhei uma máquina digital! E não é que quando acessei o blogger para postar esta notinha vi que este é o post de número 200? Parábens Ratatouille, espero que faça bom proveito do presente...

P.S. - Esta foto foi a primeira que tirei, são da família biscoitinhos de gengibre que fiz para o Natal. Receita do Panelinha.
P.S.2 - Sinto que vou precisar de um tempinho para me entender com o mimo.

20 dezembro, 2007

Da série eu quero!!!!




Do designer Sebastian Bergne.

16 dezembro, 2007

Natal antecipado?


Aqui em casa é assim: todo dia 15 de dezembro (aniversário do marido) rola um jantar pré-natalino. Explico: é a hora de testar, efetivamente, as receitas pensadas para a ceia. O menu de ontem foi o seguinte: peito de peru assado com relish de uvas vermelhas, couscous com frutas secas, arroz branco e frigideira de bacalhau. Para finalizar um simples bolo de aniversário 9 simples mas delicioso). Vamos aos resultados. O Peru assado estava ótimo, super bem temperado, com uma textura excelente - receita de Carla Pernambuco. O relish estava divino - já postei a receita. O couscous, excelente (também já postei a receita). Quanto à frigideira de bacalhau, a receita é ótima, super saborosa, mas precisando de algumas alterações. A receita original pedia 2 colheres de sopa de farinha de mandioca e eu poria 3 ou 4, pois acho que ficou um pouco mais líquido do que gostaria. De qualquer forma, vale a pena a pedida. Quanto ao bolo de festa do Jamie Oliver, cometi uma imprudência que alterou radicalmente a textura do bolo - derreti a manteiga no microondas ao invés de utilizá-la em temperatura ambiente. De qualquer forma, tudo estava ótimo e foi devidamente devorado.





Peito de Peru Assado



1 peito de peru

1 xícara de vinho branco

1 xícara de shoyu

1 xícara de suco de laranja

1 cebola

1/3 xícara de sálvia

sal

pimenta do reino

200 g de manteiga derretida




Faça uma marinada batendo no liquidificador o vinho, a shoyu, o suco de laranja, a cebola, a sálvia, o sal e a pimenta. Deixe o peru de molho por algumas horas. Retire o peru da marinada, derreta a manteiga e, com o auxílio de uma seringa, injete metade da manteiga por todo o peru. A outra metade será despejada por cima do peru, junto com a marinada. Leve para assar numa forma funda, coberta com papel alumínio, por aproximadamente 2 horas. Após retirar o alumínio, deixe o peru ganhar um pouquinho mais de cor. fatie e sirva com o molho apurado da assadeira.



Frigideira de Bacalhau


4 colheres de sopa de azeite

100 g de cebola picadinha

8 tomates sem pele e sem semente cortado em cubinhos

4 colheres de sopa de coentro bem picadinho

2 pimentas dedo-de-moça, sem sementes e bem picadinhas

600 g de bacalhau dessalgado e desfiado

7 colheres de sopa de azeite de dendê

600 ml de leite

300 ml de leite de coco

2 colheres de farinha de mandioca crua (eu acho que devem ser 4)

5 ovos

1 colher de café de noz moscada

sal e pimenta

2 colheres de sopa de farinha de rosca


Refogue a cebola, os tomates, o coentro e a pimenta no azeite. Acrescente o bacalhau e, em seguida, o azeite de dendê. Refogue mais um pouco e desligue o fogo. Em outra panela aqueça o leite e o leite de coco e, aos poucos, acrescente a farinha de mandioca diluída em um pouco de leite. Vá mexendo até atingir a consist~encia de mingau. Junte à mistura de bacalhau. Bata as claras em neve e, acrescente as gemas. Tempere com noz moscada. Junte ao bacalhau. Acerte o sal e a pimenta. Unte uma forma bem grande com azeite e polvilhe com a farinha de rosca. leve para assar por 30 minutos ou até que saia um palito limpinho.



Bolo de Festa

3 colheres de sopa de cacau em pó

200 g de açúcar branco

200 g de manteiga

3 ovos grandes

200 g de farinha de trigo com fermento

1 colher de chá de fermento em pó

1 punhado de lascas de amêndoas


cobertura


100 g de manteiga

100 g de chocolate para cozinhar

100 g de açúcar de confeiteiro

3 colheres de sopa de leite


Mexa o cacau em pó com 4 colheres de sopa de água fervente. Bata o açúcar e a manteiga até ficar fofo, adicione a mistura de cacau, os ovos, a farinha. Mexa bem, acrescente as amêndoas e leve para assar numa forma untada e preparada com papel manteiga. Asse por 20 minutos. Para a cobertura, derreta todos os ingredientes em banho-maria e empregue.

13 dezembro, 2007

Relish




"palavra inglesa que identifica qualquer preparado condimentado, picante, que serve de guarnição a um alimento simples, para enriquecer seu sabor. Nos Estados Unidos, refere-se a um molho agridoce utilizado para acompanhar carnes e aves. Na Inglaterra, nomeia um molho à base de vinagre e também um tipo de picles de sabor mais delicado."


do Pequeno Dicionário de Gastronomia


Os relishs são um acompanhamento perfeito para os assados de Natal. E, além do mais, se prestam perfeitamente para um belo presente. Basta caprichar na escolha na receita, encontrar um belo vidro e adornar com uma fita bem natalina.



Relish de Uvas e vinho do porto



1 kg de uvas vermelhas

1 xícara de açúcar

1 xícara de vinho do porto

1 1/2 xícara de vinagre de vinho tinto

1/2 xícara de água

1 colher de chá de grãos de pimenta preta levemente esmagadas

1 colher de chá de sal




Coloque todos os ingredientes exceto o sal numa panela grande e funda. Aqueça em fogo médio, até o açúcar dissolver. Deixe ferver por mais ou menos 50 minutos, até reduzir e se tornar um xarope. Misture o sal. Guarde o relish em vidros quentes e esterelizados. Tampe, deixe esfriar e guarde na geladeira por até 3 meses.




Relish de beterrabas e vinagre balsâmico



750 g de beterrabas descascadas e picadas

1 cebola bem picada

2 xícaras de vinagre balsâmico

1 xícara de água

2 cravos

2 1/2 xícara de açúcar

3 colheres de sopa de sementes de mostarda

1 pedaço de 5 cm de raspa de laranja

sal e pimenta do reino




Coloque todos os ingredientes numa panela funda. Aqueça em fogo médio, tampe a panela e deixe cozinhar por 30 minutos ou até a beterraba estar mole e o líquido tenha reduzido e engrossado ligeiramente. Guarde em vidros quentes e esterelizados por até dois meses.



A imagem acima foi retirada do lindo blog Print & Pattern, repleto de idéias para enfeitar seu Natal!

07 dezembro, 2007

Pensando na Ceia I

Uma das partes divertidas do Natal é escolher o menu da ceia. Eu gosto de ir testando algumas receitas antes de decidir ... Uma das opções (que sempre funciona) é esta receita de couscous natalino da Flávia Quaresma.


250 g de couscous
300 ml de caldo de legumes
1 colher de café de cominho em pó
1 dente de alho
1/2 pimenta dedo-de-moça sem semente
50 g de avelã tostada e picada
30 g de passas brancas
30 g de passas pretas
50 g de damascos secos
50 g de tâmaras secas
50 g de figo seco
80 ml de vinho do Porto
2 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de hortelã picada em juliana
sa e pimenta

Cubra as frutas secas com o vinho do porto. Deixe marinando durante meia hora e depois escorra. Ferva o caldo de legumes, adicione alho, pimenta-de-moça e cominho, espere que ferva bem, em seguida, desligue o fogo e tampe a panela para fazer uma infusão. Coe o caldo da infusão e tempere com sal e pimenta. Coloque o couscous em um bowl e cubra-o com o caldo, tampe com um filme e deixe o couscous inchar. Pique as frutas secas, a avelã e reserve. Esquente uma panela com o azeite de oliva, acrescente as frutas secas picadas e, depois, o couscous. Se necessário, corrija o tempero e, no último momento, adicione a hortelã em juliana.
Sirva acompanhado com figos grelhados com mel, avelãs e agrião.

06 dezembro, 2007

Presentes antecipados e presentes desejados


É batata! Todo ano, quando começo minha busca por presentes de Natal, acabo chegando em casa com novidades ... Esta semana encontrei lindas forminhas de silicone para muffins (todas coloridinhas) e um livro bárbaro, Provence Cookery School - Shop, cook and eat like a local, de Gui Gedda and Marie-Pierre Moine. Claro que não resisti e trouxe um para casa.


Ontem, durante o lançamento do livro da Vera Saboya, Ateliê Culinário para Viagem - crônicas, receitas e um pequeno guia gastronômico,

paquerei dois lançamentos - o livro de receitas da Sorveteria Itália (este eu quero)

e o livro de receitas de Gordon Ramsey (Será que vale a pena?).

02 dezembro, 2007

Almoço de domingo


O ritual é sempre o mesmo ... Acordar, tomar o café, ler o jornal e ... caçar alguma receita para o almoço. Desde que me mudei, ganhei de presente um supermercado praticamente em frente ao apartamento ... o que viabiliza esta brincadeira. Dito e feito. Após selcionar algumas receitas com carne de porco, acabei optando por esta que, para minha surpresa e alegria, rendeu um delicioso e surpreendente almoço.


Porco à Normandia


800 gr de filé mignon de porco cortado em tirinhas

2 alhos amassados com 2 colheres de chá de sal e suco de 1 limão

2 colheres de sopa de óleo vegetal

2 colheres de sopa de manteiga

2 maças cortadas em fatias finas

tomilho fresco

3 colheres de sopa de conhaque

1 xícara de creme de leite fresco

sal e pimenta


Fazer uma pasta com os alhos amassados, o sal e o suco de limão. Misturar com as fatias de carne e deixar tomar gosto por aproximadamente 1 hora. Aquecer uma wok e fritar a carne de porco em duas etapas, utilizando para cada uma 1 colher de sopa do óleo. Reservar a carne. Na mesma panela, derreter a manteiga e juntar as maças e o tomilho. Após alguns minutos, acrescentar o conhaque. Deixe evaporar e junte o creme de leite. Deixe apurar até as maças ficarem macias. Verifique o tempero e retorne o porco á panela por alguns instantes. Está pronto! Servir com arroz branco.

29 novembro, 2007

Como transformar quilos de manteiga em algo leve...



A receita para este "milagre" você encontra nas páginas do delicioso livro Julie & Julia, de Julie Powell. Ganhador do primeiro Blooker Prize – prêmio internacional para livros escritos a partir de blogs, neste livro encontramos a narrativa das venturas e desventuras de uma secretária na cozinha que, ao longo de um ano, se propôs a hercúlea tarefa de realizar todas as 534 receitas do livro de Julia Child - Mastering The Art Of French Cooking e relatá-las em seu blog. Aos poucos este vai se tranformando num projeto que, para além de seu objetivo primeiro, confere a vida de Julie novos rumos. Como pode um blog transformar a vida de uma pessoa? A resposta você encontra nas páginas do livro, em meio a quilos e mais quilos de manteiga!


Julia Child, autora de Mastering The Art Of French Cooking – um clássico da culinária norte-americana!

26 novembro, 2007

Divulgando


Adorei!


Estas lindas xícaras-carimbo, do designer Barnaby Barford, ganharam o importante prêmio Wallpaper Young Designer, em 2004.


25 novembro, 2007

Presente


Todo mundo sabe da minha paixão por livros, livros que envolvam o universo gastronômico então... Bom, basta dar uma olhada no histórico do blog para comprovar esta minha afirmação. Mas quando o livro em questão é de uma grande amiga, ele é mais do que um livro, ele torna-se um presente! E quando a qualidade do produto e indiscutível.... Bom, poderia continuar falando infinitamente desta sensação maravilhosa de estar com Ateliê culinário para viagem. Crônicas, receitas e um pequeno guia gastronômico, da minha querida amiga Vera Saboya, nas mãos. Mas não farei isto. Apenas convido a todos que dêem uma olhada no site da Jorge Zahar e espiem o sumário e as lindas ilustrações do livro. É justo ou não que eu esteja orgulhosa?

22 novembro, 2007

An Apple a Day Keeps the Doctor Away


Amo revistas, especialmente as de receitas. Ontem me dei de presente duas novas – a Bon Appétit de dezembro e a Elle à table, setembro. Confesso que achei a Elle meio caída, mas algumas receitas me convenceram, receitas simples e rápidas, do tipo – tenha seu jantar pronto em vinte minutos. Já a Bon Appétit achei primorosa! Me encantei com a matéria sobre presentes de natal feitos na cozinha. Deixo registrada duas receitas bastante simpáticas – uma já fiz ontem mesmo – Compota de maça sem açúcar (Elle) e outra que se for tudo o que promete, será a estrela do Natal – Chutney de figos balsâmicos com uvas assadas (Bon Appétit).

Compota de Maça

1 kg de maças variadas
1 pera bem madura
Suco de 1 limão
1 pau de canela

Basta descascar as frutas, picar e misturá-las com o suco de limão e a canela. Deixar cozinhar em fogo baixo com a panela tampada até estarem bem cozidas.

Chutney de figos balsâmicos com uvas assadas

2 xícaras de uvas vermelhas sem sementes
2 colheres de chá de azeite extra-virgem
1 laranja
3 alhos picados
2 xícaras de água
2 saquinhos de chá preto
450 gr de figos secos picados
12 azeitonas pretas sem caroços (+/- 1 xícara)
12 azeitonas verdes sem caroços (+/- 1 xícara)
2 cebolinhas verdes finamente fatiadas
½ cc de flor de sal
¼ cc de pimenta do reino

Pré-aqueça o forno. Deposite as uvas num tabuleiro forrado com papel manteiga e regue-as com 1 colher de sopa de azeite. Deixe assar por uns 10 minutos. Reserve.
Retire a pele da laranja, cortando-a em tirinhas. Esprema o suco. Reserve 1/3 de xícara do suco. Em uma panela, aqueça a outra colher de azeite, adicione o alho, a água e os dois saquinhos de chá. Após alguns minutos, retire os saquinhos e adicione os figos. Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 10 minutos. Abra a panela, deixe o líquido evaporar por uns 2 minutos e remova a panela do fogo. Junte os ingredientes restantes, ou seja, as azeitonas, as uvas, o suco, a casca da laranja, os temperos... Guarde em vidros esterelizados. Dura um mês na geladeira. A revista recomenda que se coma com assados em geral e com crostinis de queijo de cabra.


P.S - A foto é daqui.

05 novembro, 2007

Não agüento mais vir aqui me desculpar pela falta de posts recentes, mas acho que finalmente as coisas vão voltando ao normal e em breve estarei novamente compartilhando com vocês... receitas e novidades! Realmente tenho feito pouca coisa na cozinha, para já basta dizer que há duas semanas meus dois filhotinhos estão adoentados e sem nenhum apetite... ou seja, muito trabalho e pouca inspiração gastronômica. A única refeição decente que rolou aqui em casa esta semana foi um arroz de bacalhau, que aprendi com a minha amiga e orientadora Izabel Margato, seguido das Farófias que vi no blog da Karen.
Arroz de Bacalhau:

Basta deixar as lascas de bacalhau de molho, para dessalgá-las, refogar de 6 a 8 dentes de alho picados no azeite, juntar o bacalhau escorrido e o arroz. Acrescentar a água fervente (na mesma quantidade de um simples arroz) diminuir o fogo, tampar a panela e... pronto. Depois é só juntar bastante salsinha picada, ajustar o sal e regar com um fio de azeite. Realmente ficou muito bom.

21 outubro, 2007

Enfim, as panelas!


Hoje finalmente consegui retomar minha rotina de cozinhar. É que aniversário de comadre é coisa séria! Resolvemos comemorá-lo com um almoço à brasileira, então... Bobó de Frango, arroz branco e farofa de dendê. E de sobremesa, beijinhos de coco. Tudo ficou muito bom e eu muito feliz de ter dado conta do recado. Aí vão as receitas...

Bobó de frango

1 kg de peito de frango cortado em cubinhos, temperados com limão, sal e pimenta
2 cebolas médias picadas
1 xícara de purê de tomate
1 kg de aipim cozido
1 xícara da água do cozimento do aipim
1 xícara de leite de coco
Óleo para refogar o frango
Coentro fresco a gosto

Aqueça o óleo numa panela e refogue os cubinhos de frango. Assim que mudarem de cor, abaixe o fogo, tampe a panela e deixem cozinharem. Uns dez minutos depois, destampe a panela e deixe a água evaporar. Quando estiverem começando a ganhar aquela coloração de tostadinho, junte as cebolas e o purê de tomates. Abaixe o fogo novamente, tampe a panela e deixe cozinharem por 20 minutos. Enquanto isso cozinhe os aipins e, assim que estiverem cozidos e escorridos, bata-os no liquidificador juntamente com a água reservada e o leite de coco. Após os 20 minutos de cozimento do frango com os tomates, junte este creme. Mexa bem, apure o tempero com mais sal e pimenta e acrescente uma porção generosa de coentro fresco picadinho.

Farofa de dendê

Basta refogar a farinha de mesa no óleo de dendê e temperar com sal.

Beijinhos de coco

1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de manteiga sem sal
6 colheres de sopa de coco ralado seco
2 gemas

Levar tudo ao fogo baixo e mexer até desprender da panela. Após esfriar, untar a mão com manteiga, enrolar as bolinhas, passar no açúcar branco e enfeitar com um cravinho cada um.

Obs: Esta linda foto foi retirada daqui.

18 outubro, 2007

Em louvor da sombra, por Biagio D'Angelo

Quem tem amigo, tem tudo nesta vida. Neste período complicado, que não consigo postar nem uma única linha, eis que me chega, via e-mail, esta linda colaboração. São trechos destacados do ensaio Em louvor da sombra, de Junichiro Tanizaki, editado este ano pela Cia. das Letras. É só saborear:





"Diz-se que a culinária japonesa é para ser contemplada e não consumida, mas aqui, eu diria mais: ela é digna de meditação. É melodia inaudível, concerto executado pela vela a bruxulear no escuro e pelos vasilhames de laca. Soseki Natsume[1] louvou tempos atrás em seu Kusamakura (Travesseiro de ervas) a coloração do youkan, o tradicional doce de feijão azuki, e, realmente, nada mais digno de contemplação que essa cor. A tonalidade profunda e complexa, a massa semitransparente e nublada de misteriosa profundidade que atrai e retém a luz em forma de tênue, sonhadora luminosidade – são coisas que não se vêem em doces ocidentais. Comparado ao youkan um creme ocidental, por exemplo, é primário e superficial. Pois acomode uma fatia desse doce youkan num vasilhame laqueado e mergulhe-o num ambiente de claridade apenas suficiente para divisar-lhe a cor: agora, a guloseima tornou-se digna de meditação. Ter na boca esse pedaço acetinado e frio que a sombra acresceu de estranha profundidade – e cujo sabor real talvez nem seja notável – é ter o próprio negrume transformado em delicioso bocado derretendo na ponta da língua. Creio que a culinária da maioria dos paises foi concebida para se harmonizar com o serviço de mesa e com a tonalidade das paredes. Pois a culinária japonesa, especialmente, perde metade da apetência quando servida em ambiente e pratos claros. Quando considero por exemplo o avermelhado caldo de missô[2] de todas as manhãs, percebo que essa cor foi desenvolvida nos escuros aposentos de antigas casas. Certa vez, fui convidado a participar de uma cerimônia do chá onde me serviram um caldo de missô, mas ao vê-lo no fundo de uma wan[3] preta à vacilante luz de velas notei esse grosso caldo de cor ocre, que tomo com tanta naturalidade no cotidiano, adquirir um colorido profundo, realmente apetitoso. Considere também o shoyu, em especial o do tipo denso que costumeiramente acompanha sashimi, conservas e verduras da região de Kyoto: como esse líquido espesso e brilhante é rico em sombras, como se harmoniza com as trevas! E mesmo as iguarias de cor clara – o caldo de missô claro, o tofu, a massa de peixe kamaboko, o sashimi feito de pescado de carne branca – perdem vida pela ausência de contraste quando apresentados em ambiente claros. E, acima de tudo, o arroz: seu aspecto é belo e apetitoso quando o vemos à meia-luz servido em terrina revestida de laca escura e lustrosa. Que japonês digno desse nome não se comove quando, removida de golpe a tampa da terrina, vê o cálido vapor subir do arroz recém-preparado, cada grão a luzir como pérola em gota? Nesta altura do raciocínio dou-me conta de que também a nossa culinária tem sua tônica na sombra, e que com ela mantém uma relação indissolúvel."

[1] Soseki Natsume (1867-1916) é um romancista japonês cujas obras foram fundadoras da literatura japonesa moderna. Seu livro Eu sou um gato é publicado em português pela Editora Estação Liberdade. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)
[2] Pasta de soja fermentada, muito utilizada na culinária japonesa. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)
[3] Tigela laqueada. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)


***


"Dias atrás, o jornalista que me entrevistou pediu-me que comentasse a respeito de pratos diferentes e saborosos. Eu então lhe falei do sushi feito de folhas de caqui – especialidade dos habitantes das remotas regiões montanhosas de Yoshino[1] – e também da maneira de prepará-lo. Aproveito a oportunidade para revelar a receita aos meus leitores: para cada dez de medidas de arroz, uma de saquê deve ser acrescida no momento em que o arroz entrar em ebulição. Depois de pronto, deixe o arroz esfriar completamente e, em seguida, espalhe sal na palma das duas mãos, aperte o arroz entre elas e forme bolinhos compactos. Nesse momento, é imprescindível que a mão esteja totalmente seca. O segredo é fazer os bolinhos só com a ajuda do sal, sem molhar as mãos. Depois, estenda sobre os bolinhos fatias finas de salmão levemente salgadas, envolva cada conjunto com uma folha de caqui com a face superior em contato com o sushi. Na medida do possível, é preciso retirar a umidade tanto da folha do caqui como das fatias do salmão com um pano seco. Em seguida, os bolinhos deverão ser acondicionados numa tina rasa de madeira – do tipo usado no preparo do sushi – ou numa vasilha de arroz, apertados uns contra os outros de maneira a não deixar espaço entre eles, e sobre o conjunto deverá ser posta uma tampa de madeira. Uma pedra de bom peso, do tipo usado para fazer picles, deverá ser assentada sobre a tampa para pressionar o sushi. Preparado à noite, estará pronto para ser degustado na manhã seguinte. No decorrer do dia, o sabor se manterá ideal mas continuará comível durante mais dois ou três dias. Molhe folhas de pimenta-d’água em vinagre e borrife sobre o sushi no momento de servi-lo. A receita me foi passada por um amigo que esteve em Yoshino, mas pode ser preparada em qualquer lugar. (...) Experimentei fazê-lo em casa e concordei com meu amigo: esse sushi é excepcionalmente saboroso. O sal e a gordura do salmão impregnam-se de maneira ideal no arroz e o peixe fica irresistivelmente macio e fresco. Achei esse sushi muito diferente dos de salmão que costumo comer em Tóquio, e tão mais gostoso que vivi dele o verão inteiro. Admirei o jeito diferente de consumir o salmão e a criatividade dos habitantes das regiões remotas e montanhosas carentes de tudo. E ao pesquisar sobre especialidades típicas de diversas regiões interioranas, descobri que seus habitantes têm paladar muito mais apurado que os moradores dos grandes centros urbanos. Num certo sentido, isso significa que eles vêm se banqueteando com iguarias cujo sabor não conseguimos sequer imaginar."

[1] Cidade da Prefeitura de Nara, famosa pelos templos e as cerejeras em flor.

09 outubro, 2007

...Reconhece a queda, e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...




Com algumas semanas de atraso, participo de uma brincadeira-desafio, proposta pela Bia do L'amour dans l'assiette: Sem escolher, pegue um livro e abra da página 161 e transcreva a 5ª frase.
A minha frase é: “O Portugal Pequenino que compôs com tanto encantamento para os filhos nunca teve figura como a cartilha colorida dum país que ele projectava descrever em profundidade e numa programação exacta e ambiciosa, a Vida Humilde do Povo Português, de que afinal Os Pescadores seria o primeiro (e único) volume.”
Esta frase foi retirada do livro de José Cardoso Pires, Dispersos 1 – Literatura, publicado pela editora portuguesa Dom Quixote.

Desculpe o atraso Bia, mas não pude responder antes.

27 setembro, 2007

25 setembro, 2007

Sentimental eu sou ... eu sou demais...


Estava fazendo compras no novo supermercado que freqüento desde a mudança quando esta receita gritou por mim – estava lá, estampada na caixa da aveia. Hambúrguer de atum com molho de iogurte! Não sei exatamente o que me chamou a atenção, mas resolvi dar ouvidos à aveia e a levei para casa. Bom, este fato deve ter acontecido há umas duas semanas e só hoje, na falta absoluta do que preparar para o almoço, me lembrei do episódio. E não é que adorei a tal receita. Comovida (sei que ando meio sentimental ultimamente...), recortei a embalagem da amiga aveia e a coloquei em lugar de destaque no meu inseparável caderno de receitas!

Hambúrguer de Atum

1 lata de atum
1 cebola pequena ralada
Coentro fresco
1 ovo
½ xícara de leite
1 ½ xícara de aveia em flocos
1 colher de sopa de azeite
Sal e pimenta

Misturar tudo, moldar como quiser e fritar.

Para o molho

1 potinho de iogurte
1 pepino ralado
Coentro
Sal
Pimenta
Azeite

Misture tudo e empregue.


Para saber mais sobre a Quaker e conhecer mais receitas com aveia dê um pulo aqui.

22 setembro, 2007



Eu já tenho o meu. Comprei na Bienal!

Boa sorte Tatu e parabéns pelo rebento!

17 setembro, 2007

Releituras...

Cada um tem o Gênio da garrafa que merece! Este está a nossa espera aqui.
Boa semana para todos, repleta de desejos atendidos...

13 setembro, 2007


A Karen do Kafka na Praia me convidou para responder este meme sobre sete momentos marcantes de minha vida, aí vão minhas confissões:

1 – Acho que o primeiro de que me lembro foi a minha mudança de São Paulo (onde nasci) para o Rio de Janeiro. Eu tinha oito anos na época, amigos de escola, uma casa que adorava ... Enfim, foi uma mudança e tanto! E para completar, a mudança foi no meio do ano letivo, o que significa que encontrei uma turma já formada. Não foi lá muito fácil, mas rapidamente me adaptei e virei uma quase-carioca!

2 – Lembro do meu aniversário de 15 anos, quando ganhei de presente passar um final de semana prolongado com minhas duas melhores amigas num hotel-fazenda – sozinhas! Foi o máximo!

3 – A realização, em 1990, de um sonho – ir a Cuba! Não apenas fui, mas conheci pessoalmente Fidel Castro ... Experiência ímpar, em se considerando todo aquele romantismo de juventude!

4 – A minha mudança para a casa onde construí minha família e vivi durante 15 anos.

5 - O nascimento do Tobias, meu primeiro filho! É simplesmente inenarrável as transformações pelas quais passamos quando nasce um filho...

6 – E claro, o nascimento do Heitor, meu caçulinha. Com ele aprendi que cada filho é um filho, cada história é uma história, mas que amor de mãe é sempre o mesmo.

7 – E acho que devo incluir a minha recente mudança. Como ainda estou em fase de adaptação, apenas posso dizer que mudar de casa é, de certa forma, mudar de vida, reaprender tudo de novo.

Barrinhas pra que te quero


Há muito que eu não escrevo nada – é que ás vezes a vida dá um nó e desta-lo não é tão simples assim. Tenho me sentido um pouco vitimada com as coisas que estão acontecendo comigo, embora tenha (racionalmente) a convicção que grande parte delas são consequência das minhas ações. Não seria fantástico acreditar que todos os nossos problemas cotidianos se resolveriam comendo uma simples barrinha energética? Principalmente se fossem personalizadas ... Brincadeiras e sonhos à parte, tenho algumas novidades para contar. O curso de Design e Tradição na Gastronomia (PUC-Rio) começou e acho que está indo muito bem – a turma é ótima e, me parece, que temos muito o que trocar com a convivência nestes próximos meses. Nova aquisição para a minha biblioteca gastronômica – As Doceiras, o novo livro da Carla Pernambuco, desta vez em conjunto com Carolina Brandão. O livro é ótimo, recheado daqueles receitas da Carla que eu adoro, em breve farei o bruleé de abacate. E para finalizar, fiz meu primeiro Pudim de Claras – sucesso absoluto aqui em casa (este com receita da Rita Lobo).


Para o Pudim:


Bata 8 claras em neve e acrescente, aos poucos, 16 colheres de sopa de açúcar. Deixe ficar bem firma. Deposite o merengue numa forma de pudim já preparada com o caramelo e leve ao forno, em banho-maria, por 30 minutos. Desenforme após alguns minutos (nem tão quente, nem tão frio). E deguste!

10 setembro, 2007

Visite o site do Kiskerman !

Boa semana!

09 setembro, 2007

Quando a viagem é mais do que uma experiência cognitiva ou BI L'À CÔTÉ



"A oitenta milhas de distância contra o vento noroeste, atinge-se a cidade de Eufêmia, onde os mercadores de sete nações convergem em todos os solstícios e equinócios. O barco que ali atraca com uma carga de gengibre e algodão zarpará com a estiva cheia de pistaches e sementes de papoula, e a caravana que acabou de descarregar sacas de noz-moscada e uvas passas agora enfeixa as albardas para o retorno com rolos de musselina dourada. Mas o que leva a subir os rios e atravessar os desertos para vir até aqui não é apenas o comércio das mesmas mercadorias que se encontram em todos os bazares dentro e fora do império do Grande Khan, espalhadas pelo chão nas mesmas esteiras amarelas, à sombra dos mesmos mosquiteiros, oferecidas com os mesmos descontos enganosos. Não é apenas para comprar e vender que se vem a Eufêmia, mas também porque à noite, ao redor das fogueiras em torno do mercado, sentados em sacos ou em barris ou deitados em montes de tapetes, para cada palavra que se diz – como “lobo”, “irmã”, “tesouro escondido”, “batalha”, “sarna”, “amantes” – os outros contam uma história de lobos, de irmãs, de tesouros, de sarna, de amantes, de batalhas. E sabem que na longa viagem de retorno, quando, para permanecerem acordados bambaleando no camelo ou no junco, puseram-se a pensar nas próprias recordações, o lobo terá se transformado num outro lobo, a irmã numa irmã diferente, a batalha em outras batalhas, ao retornar de Eufêmia, a cidade em que se troca de memória em todos os solstícios e equinócios."


Ítalo Calvino, As Cidades Invisíveis



Este post, apesar do atraso, é dedicado aos amigos que compartilharam comigo uma das noites mais agradáveis das últimas semanas. Na verdade, devo esta noite ao meu querido amigo Biagio, companheiro de aventuras gastronômicas. Vamos a ela:
Finalmente conheci a cozinha da badalada chef Danielle Dahoui. Após alguma hesitação na escolha do restaurante, não sabíamos de íamos ao Ruella ou ao À Côté, acabamos por optar pelo último, apenas por uma questão de proximidade. Acho que a escolha foi perfeita pois, além de delicioso, há muito não via uma decoração tão interessante. Mas a comida não ficou nem um pouquinho atrás. Éramos quatro. Escolhemos um delicioso vinho sul-africano, o Kadette, que deixou lembranças. E demos início à nossa viagem, compartilhando uma amuse-gueules muito especial - Tartines de Steak Tartar au Poivre com Mostarda Dijon e Alcaparras. Os pratos principais, foram quatro. Rosarinho foi de Quiche de espinafre e queijo de cabra feta com folhas; Alexandre foi de Peito de frango recheado com presunto cru e queijo ao molho Emmenthal com fettuccini na sálvia; Biagio foi de Magret de canard ao Cassis e Pimenta verde com arroz de maças ao açafrão; e eu fui de Pâtes, Penne com Camarão, Shimeji e aspargos ao molho de shoyu, saquê e gengibre. Pelo que me lembro, todos estavam sublimes. E para finalizar com chave de ouro (e transmutar esta experiência em calorosa memória gustativa), a magnífica Pavlova de amêndoas com sorvete de abacaxi, chantilly e coulis de framboesa.

Pena que noites como esta não acontecem sempre! Muito obrigada, Biagio.

P.S - A foto ilustrativa é um detalhe do Monastério de Santa Eufêmia, na Província de Palência.

30 agosto, 2007

Genial!

O que me dizem desta fantástica embalagem de suco de ...





Banana, é claro!

1, 2, feijão com arroz ... 3,4, ambrosia da Tatu!

Aqui em casa, as sobremesas do dia-a-dia que fazem sucesso são aquelas bem tradicionais – goiabada com queijo, marron glacê, bananada, marmelada, doce de leite... Daí que quando me deparei com a receita de ambrosia da Tatu, publicada no seu lindo livro Papel manteiga, resolvi tentar introduzí-la no rol das sobremesas caseiras... E não é que deu certo – a cada duas semanas atendo a pedidos e repito a receita – que além de ótima e muito simples de ser feita. Vamos a ela:

Ambrosia Cremosa

4 ovos bem batidos
250 g de açúcar
50 ml de água
Suco de ½ limão
Suco de ½ laranja

Ferva a água com o açúcar e deixe derreter muito bem. Tire do fogo e junte os ovos batidos misturados com os sucos. Volte ao fogo baixo e cozinhe, sem mexer muito, até ficar cremoso. Sirva em pequenos potes com um pouco de queijo branco ralado grosso para decorar. Gratine, se gostar.

29 agosto, 2007

Uma homenagem às varinas de Lisboa



(...)

Vazam-se os arsenais e as oficinas,

Reluz, viscoso, o rio; apressam-se as obreiras;

E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,

Correndo com firmeza, assomam as varinas.


Vêm sacudindo as ancas opulentas!

Seus troncos varonis recordam-me pilastras;

E algumas, à cabeça, embalam nas canastras

Os filhos que depois naufragam nas tormentas.


Descalças! Nas descargas de carvão,

Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;

E apinham-se num bairro aonde miam gatas,

E o peixe podre gera os focos de infecção!

(...)


In: O sentimento dum ocidental, Cesário Verde.

26 agosto, 2007

Novo colaborador, meu amigo Biagio!

Uma das coisas verdadeiramente boas da vida são os amigos - e nas horas difíceis é que nos damos conta disso! Eu, recentemente, ganhei um... vocês já os conhecem, é o autor da linda foto das maçanetas e também, daquela maravilha que é o tal "festival do arroz". Mas o bom mesmo, é que ele resolveu compartilhar uma experiência gastronômica conosco, e me mandou este maravilhoso post:

Uma das experiências mais maravilhosas da minha vida foi uma viagem a Helsinque em ocasião dos meus 30 anos. Todo o exótico que sonhava de ver, naquela época, se resumia na Finlândia. A experiência culinária foi realmente única.

Fui a um restaurante, no dia do meu aniversário (8 de maio) que chama LAPPI e que quer dizer “Lapônia”. Fica numa rua central da capital, Annankatu 22, que significa “Avenida Anna”(em honra a uma princesa sueca, provavelmente). Lá o meu menu foi extraordinário e ainda, a distância de anos, o lembro com prazer e saudades.

Entrada: um aperitivo “Poronkyynel” (Lágrimas de rena), uma cachaça local, bastante forte, com frutas do bosque amarelas (deliciosas!!!).

Primeiro prato: “Poronkäristystä” (Refogado de rena). Atenção ao finlandês: rena se diz “poro”, mas ao genitivo faz “poron”…Esse prato, Lara, é uma verdadeira delícia: se acompanha com puré de batatas e um molho a base de arando vermelho (é um prato que tem uma variante na Rússia, mas disso lhe direi em outro momento).

Sobremesa: Karpalojäätelöä, lämmintä valkosuklaa kastiketta ja hunaja-lakkahilloketta (Sorvete de kárpalo. Jäätelöä è uma palavra impronunciável significa sorvete, e o kárpalo è uma fruta dos lagos que não existe em outros lugares se não no extremo norte da Europa) com um molho de chocolate branco e geléia de mel e amoras...

Não é uma maravilha dos deuses??? Pode imaginar em que céu estava eu???

Estavam comigo dois grandes, grandíssimos amigos, um belga e outro italiano que ficaram sem palavras... porque o restaurante foi uma escolha minha... mas a conta foi
deles!!! Era ou não era o meu aniversário???

Biagio querido, aguardo muitas novas colaborações. Muito obrigada!



25 agosto, 2007

Enfim, casa nova!


Depois do turbilhão da última semana, só ontem consegui cozinhar um pouco. E a receita escolhida foi um delicioso risoto de tomates e erva-doce, que eu encontrei no blog da Ilva. Para a sobremesa, fiz um simples e gostoso cumble, de um livrinho muito simpático – Doçuras de longe, sabores de monte, de Corinne Albaut. É um livrinho de receitas para crianças, ricamente ilustrado por Aurélie Guillerey, e organizados por tradições gastronômicas de diversos países. Na introdução de cada capítulo, um versinho. A receita escolhida por mim foi o Crocante do Jardim (cumble) e pertence a culinária do Reino Unido.


Risoto de tomates e erva-doce

1 cebola picada
Azeite
2 colheres de chá de sementes de erva-doce
1 litro de caldo de legumes
1 lata de tomates pelados
Sal, pimenta e 1 pitada de açúcar
2 xícaras de arroz para risoto
Manteiga
Queijo ralado

Refogue as cebolas no azeite, junto com as sementes de erva-doce. Acrescente o arroz e, assim que ele ficar translúcido, comece a regá-los com o caldo de legumes. Mais ou menos na metade do cozimento, acrescente parte dos tomates pelados (que devem ter sido refogados no azeite e temperados com sal, pimenta e uma pitada do açúcar). Alterne o caldo de legumes com o restante dos tomates. Para finalizar, acrescente 1 colher de sopa de manteiga e 2 colheres de sopa de queijo ralado. Delícia!


Crocante do jardim

1 kg de frutas (eu usei maças, morangos e peras), descascadas e cortadas
¼ de xícara de manteiga
3 colheres de sopa de açúcar

Refogue as frutas na manteiga, como para uma compota. Na hora de retira-las do fogo, acrescente as três colheres de açúcar e mexa até dissolve-las. Reserve.

Faça uma espécie de farofa com 1 xícara de chá de farinha de trigo e 100 gr de manteiga. Deposite as frutas num pirex, cubra com a farofa e leve para assar por uns 25 minutos. Eu comi o meu crocante com sorvete de chocolate branco.

Amor de irmão

Meu irmão gosta de...

Pão italiano
Pimenta tabasco
Mostarda
Palitinhos
Ferrero roche
Amendoim
Pizza
Sanduíche de filet
Salada de alface com muito limão
Vinho
Coca zero...

E eu amo meu irmão.

Vocês devem ter percebido que estou há alguns dias sem postar. É que minha vida, nesta última semana, virou de ponta cabeça. Além da mudança de endereço e da pressa em terminar minha qualificação, meu irmão nasceu de novo. Explico: após um vazamento de gás em seu banheiro, ele foi encontrado desmaiado e tão logo foi socorrido, ficou um tempo sem os movimentos. Nada no mundo pode explicar os sentimentos que passaram pela minha cabeça durante estas terríveis horas. São nestes momentos-chaves de nossas vidas que entendemos o que é, de fato, relevante – a mudança, que me parecia a grande questão do momento, foi reduzida a algo tão insignificante que nem vale a pena mencioná-la. Quanto à qualificação, acabei dando conta do recado. Quanto ao meu irmão, graças a Deus ele renasceu! E quanto a mim, ganhei um irmão.

24 agosto, 2007

Num bairro moderno - Cesário verde




Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se os nascentes,
E fere a vista, com brancuras quentes,
A larga rua macadamizada.

Rez-de-chaussée repousam sossegados,
Abringam-se, nalguns, as persianas,
E dum ou doutro, em quartos estucados,
Ou entre a rama dos papéis pintados,
Reluzem, num almoço, as porcelanas.

Como é saudável ter o seu aconchego,
E a sua vida fácil! Eu descia,
Sem muita pressa, para o meu emprego,
Aonde agora quase sempre chego
Com as tonturas duma apoplexia.

E rota, pequenina, azafamada,
Notei de costas uma rapariga,
Que no xadrez marmóreo duma escada,
Como um retalho de horta aglomerada,
Pousara, ajoelhando, a sua giga.

E eu, apesar do sol, examinei-a:
Pôs-se de pé; ressoam-lhe os tamancos;
E abre-se-lhe o algodão azul da meia,
Se ela se curva, esguelhada, feia,
E pendurando os seus bracinhos brancos.

Do patamar responde-lhe um criado:
«Se te convém, despacha; não converses.
Eu não dou mais» E muito descansado,
Atira um cobre lívido, oxidado,
Que vem bater nas faces dum alperces.

Subitamente - que visão de artista! -
Se eu transformasse os simples vegetais,
À luz do sol, o intenso colorista,
Num ser humano que se mova e exista
Cheio de belas proporções carnais?!

Bóiam aromas, fumos de cozinha;
Com o cabaz às costas, e vergando,
Sobem padeiros, claros de farinha;
E às portas, uma ou outra campainha
Toca, frenética, de vez em quando.

E eu recompunha, por anatomia,
Um novo corpo orgânico, aos bocados.
Achava os tons e as formas. Descobria
Uma cabeça numa melancia,
E nuns repolhos seios injectados.

As azeitonas, que nos dão o azeite,
Negras e unidas, entre verdes folhos,
São tranças dum cabelo que se ajeite;
E os nabos - ossos nus, da cor do leite,
E os cachos de uvas - os rosários de olhos.

Há colos, ombros, bocas, um semblante
Nas posições de certos frutos. E entre
As hortaliças, túmido, fragrante,
Como dalguém que tudo aquilo jante,
Surge um melão, que me lembrou um ventre.

E, como um feto, enfim, que se dilate,
Vi nos legumes carnes tentadoras,
Sangue na ginja vívida, escarlate,
Bons corações pulsando no tomate
E dedos hirtos, rubros, nas cenouras.

O sol dourava o céu. E a regateira,
Como vendera a sua fresca alface
E dera o ramo de hortelã que cheira,
Voltando-se, gritou-me, prazeirenta:
«Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?!...»

Eu acerquei-me dela, sem desprezo;
E, pelas duas asas a quebrar,
Nós levantámos todo aquele peso
Que ao chão de pedra resistia preso,
Com um enorme esfoço muscular.

«Muito obrigada! Deus lhe dê saúde!»
E recebi, naquela despedida,
As forças, a alegria, a plenitude,
Que brotam dum excesso de virtude
Ou duma digestão desconhecida.

E enquanto sigo para o lado oposto,
E ao longe rodam umas carruagens,
A pobre afasta-se, ao calor de Agosto,
Descolorida nas maçãs do rosto,
e sem quadris na saia de ramagens.

Um pequerrucho rega a trepadeira
Duma janela azul; e, com o ralo
Do regador, parece que joeira
Ou que borrifa estrelas; e a poeira
Que eleva nuvens alvas a incensá-lo.

Chegam do gigo emanações sadias,
Oiço um canário - que infantil chilrada! -
Lidam ménages entre as gelosias,
E o sol estende, pelas frontarias,
Seus raios de laranja destilada.

E pitoresca e audaz, na sua chita,
O peito erguido, os pulsos nas ilhargas,
Duma desgraça alegre que me incita,
Ela apregoa, magra, enfezadita,
As suas couves repolhudas, largas.

E como as grossas pernas de um gigante,
Sem tronco, mas atléticas, inteiras,
Carregam sobre a pobre caminhante,
Sobre a verdura rústica, abundante,
Duas frugais abóboras carneiras.

13 agosto, 2007


E por falar em terras holandesas... um presente meu para vocês: um pequeno poema de Jacques Prévert, selecionado e ilustrado pelo holandês Wim Hofman, em mais um título da Cosac & Naify – Dia de Folga.

Para fazer o retrato de um pássaro


Primeiro pintar uma gaiola

com a porta aberta

depois pintar

qualquer coisa de bonito

qualquer coisa de simples

qualquer coisa de belo

qualquer coisa de útil...

para o pássaro

depois pendurar a tela numa árvore

num jardim

num bosque

ou numa floresta

esconder-se atrás da árvore

sem dar um pio

sem mover um dedo...

Às vezes o pássaro chega sem demora

mas pode também levar longos anos

até se decidir

Não se abater

esperar

esperar anos e anos se preciso

pois a rapidez ou a demora

do pássaro não têm nada a ver

com o sucesso do quadro

Quando o pássaro chegarse chegar

manter o mais profundo silêncio

esperar que o pássaro entre na gaiola

e quando entrar

fechar suavemente a porta com o pincel

depois

apagar uma a uma todas as grades

tomando cuidado para não tocar sem querer nas penas do pássaro

Fazer depois o retrato da árvore

reservando o galho mais belo de todos

para o pássaro

pintar ainda a folhagem verde e o frescor do vento

a poeira do sole o rumor dos insetos na relva no calor do verão

depois é só esperar que o pássaro comece a cantar

Se o pássaro não cantar

é mau sinal

sinal de que o quadro é mau

mas se cantar bom sina

lsinal de que pode assiná-lo

então você deve arrancar devagarinho

uma das penas do pássaro

e escrever seu nome num canto do quadro.

Confesso que até hoje nunca tinha ouvido falar no Rijsttafel. Mas, como quem tem amigos tem tudo nesta vida, hoje fui apresentada a esta fantástica invenção de origem indonesiana-holandesa. Pelo que entendi, o Rijsttafel é uma espécie de mesa de arroz com diversos acompanhamentos, dentro os quais se destacam os legumes e hortaliças com leite de coco, carnes, aves e peixes temperados e pedaços de bananas fritas.

Todos os frequentadores deste blog sabem da minha adoração por arroz – donde podem imaginar como fiquei completamente entusiasmada com a idéia e a imagem de uma mesa de arroz.. Pois é, mais um presente do amigo Biagio, que também me enviou esta foto de sua aventura em terras holandesas, diretamente do restaurante Kantjil & De Tijger.

12 agosto, 2007

Novo lançamento da Cosac Naify, O povo das Sardinhas. Uma linda e muitíssimo bem-humorada fábula da jovem autora francesa Delphine Perret.
E para aqueles que gostarem, vale a pena conhecer um pouquinho mais de seu trabalho no seu delicioso Bistrot d'images no endereço Chezdelphine.


Boa semana para todos!

09 agosto, 2007


Eu prometi a um amigo siciliano – o autor desta linda foto, com quem compartilhei a deliciosa banana brulée do Zazá Bistrot – uma receita de Gratin Dauphinois. Eu, particularmente, adoro batatas e acho esta receita simples fantástica. As batatas fazem sucesso em qualquer parte e podem ser feitas de inúmeras maneiras – gratinadas, sautées, no vapor, ou cozidas, fritas, raladas...., talvez esta seja uma das razões da sua glória. Seu cultivo é também bastante simples (que viu o último programa de Jamie Oliver sabe o que quero dizer) e relativamente barato. Veja o que o grande Alexandre Dumas nos conta a respeito:


“Em 1793, as batatas eram consideradas tão indispensáveis que um decreto da
República Francesa ordenou um censo dos jardins de luxo, a fim de que eles
pudessem ser destinados ao cultivo desse tubérculo. O resultado foi que a
principal avenida do Jardim das Tulherias e os canteiros de flores passaram a
ser de cultivo de batatas. Por isso, as batatas por muito tempo também tiveram o
nome de “laranjas reais”

A receita:

1 dente de alho
1 kg de batatas grandes, descascadas, em rodelas finas
1 xícara de chá de queijo gruyère, suiço ou françês, ralado na hora
1 xícara de chá de crème fraîche
sal

Esfregue o alho no interior de um prato refratário, de preferência de porcelana. Arrume uma camada com metade da batata. Espalhe metade do queijo e, depois, metade do creme. Polcilhe com sal. Arrume camadas iguais na mesma ordem, até que terminem os ingredientes. Leve ao forno, com o prato destampado, até que a superfície fique crocante e dourada (de 50 a 60 minutos). Sirva imediatamente.

Bom jantar amigo Biagio!

Obs: receita de Patricia Wells, Cozinha de Bistrô.

05 agosto, 2007

Design e Tradição na Gastronomia

A PUC-Rio estará promovendo, entre os dias 03/09 e 28/11/2007 (2ª e 4ª feira, das 19:00 às 22:00h) o seguinte curso: Design e tradição na Gastronomia, coordenado pelos professores
Enrique Raul Renteria, Doutor, PUC-Rio e Claudia Habib Kayat, Especialista, Japan Packaging Institute.


Objetivo:

Na produção em volume, tal como todo produto industrial, o alimento requer um projeto prévio a sua industrialização bem sucedida. O objetivo deste curso é contribuir para a compreensão da alimentação atual que na sua inevitável massificação deve conciliar a industrialização, que exige Food Design, com a tradição dos consumidores. No entanto, saber o quê, quando, como, porquê e para quê, uma pessoa come (consome alimento) é o ponto de partida inevitável do design de qualquer alimento, indo desde a escolha dos ingredientes, manipulação, corantes e conservantes até a sua embalagem. O curso visa apontar respostas a essas questões básicas do design para obter um produto que concilie interesses e pressões de consumidores, concorrentes, tecnologias e legislação. A preocupação com como era a alimentação antes e como ela é agora, objeto da atenção de estudiosos e pensadores de todos os campos do saber, serve de referência para explicar os projetos que levam à produção em grande escala. Durante o curso procura-se identificar e compreender as tendências, de ordem social, política, econômica e religiosa, colocadas pelas diferentes sociedades ao longo da história que influíram no processo de criação de novos alimentos ou de novas versões de alimentos existentes, influências essas que podem ajudar a entender a futura evolução dos alimentos, ilustrando os aspectos tecnológicos dessas inovações à luz dos princípios da gastronomia molecular, acessível ao público em geral e utilíssimo instrumento para compreender alimentos existentes e criar novos.
Público-alvo:
Designers, sociólogos, antropólogos, historiadores, nutricionistas e jornalistas, estudiosos do comportamento. Operadores de turismo, fabricantes de alimentos e fabricantes de utensílios vinculados à alimentação, e demais interessados no tema.
Metodologia:
Palestras e demonstrações de especialistas em algumas das áreas cobertas no curso. Visitas a instalações onde se praticam os processos descritos no curso. Uso de audiovisuais, filmes, fotografias e gravações para ilustrar tópicos abordados durante o curso. Estudo de casos para treinar tanto o procedimento analítico como a preparação de versões escritas das observações e trabalhos dos alunos. Discussões em sala de assuntos colocados pelo professor, conforme mostra o programa.
Programa:
Introdução : o sabor moderno
Características da alimentação atual, predominantemente urbana e afastada dos pontos de produção de alimentos. Percurso antigo e recente : perspectiva cronológica.
Perspectivas do design na alimentação
Produções recentes no mundo e no Brasil. Influência das associações profissionais e impacto das preferências do consumidor. Tendências em materiais e tecnologias para produzir, para tratar, para conservar e para propor o alimento ao consumidor.
Canais de consumo da alimentação
Doméstico, para consumo familiar cotidiano. Produção comercial em pequena escala, em restaurantes. Alimentação de coletividades, em escolas, hospitais, etc.
Produtos de luxo, em restaurantes de luxo e lojas especializadas. Produção comercial em grande escala para supermercados e lojas de alimentos.
Alimentação, medicina e filosofia
Fatores extra alimentares que determinam a escolha de certos tipos de alimentação. Vegetarianismo, produção orgânica, ecologia. Alimentação ritual. Influência de tendências "ideológicas" na procura e na rejeição pública de certos alimentos.Os alimentos no imaginário : artes plásticas, literatura e cinemaIconografia do alimento. Como os alimentos são vistos em diversas épocas. A culinária bíblica. Associações de alimentos a atividade, profissão, status social, origem étnica, etc. A literatura e a valorização das cozinhas regional e nacional (Eça de Queiroz, Zola, Machado de Assis, ...)
A representação do alimento na embalagem e na publicidade
A embalagem protege o produto, guia e orienta o usuário. Ergonomia da embalagem. A faixa etária dopúblico alvo e as características da embalagem. A exibição do produto. Informações legalmenteexigidas; necessárias para descrever o conteúdo; importantes para atrair o consumidor. Relação doproduto com sua embalagem e a prateleira. Observação I : visita a um fabricante de alimentos.
Gastronomia e identidade regional
Ingredientes e preparos que marcam e diferenciam a comida de um país ou grupo étnico. A tendência convergente no mundo ocidental. A globalização e práticas que a resistem. Alimentos de ocasiões especiais. O gosto : a experiência organoléptica; o ato de degustar; fatores que afetam a intensidade da experiência.Observação II: visita para discussão da textura, sabor e uso de cortes de carne.
Cozinheiro Nacional : o estudo brasileiro
Tradições culinárias brasileiras. Costumes realmente nacionais, costumes locais, vantagens do exotismo. Referência ao elenco de pratos apresentado no livro Cozinheiro Nacional. Recuperação da cultura alimentar brasileira (Jangada Brasil). A obra de Câmara Cascudo.
Plantas de civilização
A herança da Revolução neolítica. Arroz, batata, milho, trigo e quínua permitiram o aparecimento de civilizações e ajudaram a sustentá-las. Seu uso, seus derivados e sua influência na utilização atual na indústria. Acompanhamentos e bebidas : a cevada, a uva, o cactos.
O espaço privado e o público : comendo em casa e na rua
Urbanização e mudanças demográficas. Mais consumidores que produtores. A invenção do restaurante. O alimento semi-pronto. Os rituais da comensalidade íntima, da formal na presença de convidados, da realizada em nos restaurantes e nos banquetes públicos. Os espaços do lar.
A evolução da etiqueta à mesa : comportamento, mobília e utensílios
De servido ao auto-serviço. O consumo de alimentos e bebidas preparados no local e as comprados embalados / engarrafados. Móveis, aparelhos e utensílios ligados à alimentação : mesas, cadeiras, vasilhame, talheres. Implementos, atualmente na maioria de uso misto na copa e na cozinha. O seu "consumo" visando o hobby e a coleção.
Descoberta e adoção de novos alimentos
O efeito das descobertas e da colonização européia. Exemplo : a batata desidratada (chuño ou liofilização). A adoção, paulatina ou súbita, de novos produtos alimentícios. A modificação / adaptação de novos alimentos. O desafio da neofobia e de seu contrário, a neofilia. O modelo do produto artesanal.
Tecnologia para os alimentos ; normas e legislação
Produção a pedido e produção para prateleira. Ergonomia da embalagem e do produto. Conservantes e aditivos. Colocação no mercado de produtos designed. Renovação da cozinha e tendências culinárias : entre conservadorismo e inovação. A gastronomia molecular, a ergonomia do alimento, no de design de alimentos. Bebidas : fermentadas, destiladas, refrigerantes, águas minerais. Processos recentes ou relançados : a cozinha a vapor, a vácuo, diversas formas de aquecimento. HACCP, segurança e legislação nacional e internacional do consumo.
Gastronomia, lazer e moda
O consumo de produtos requintados. Fontes de divisas : Turismo gastronômico, exportação de alimentos adequadamente designed. Souvenirs gastronômicos : chocolates, cachaça, doces, queijos. A cultura alimentar reconhecida "Patrimônio da Humanidade" pela UNESCO.
A culinária escrita
Literatura para a cozinha, sobre a cozinha, e os costumes. A comida na ficção. Jornalismo culinário. Crítica de livros, receitas e restaurantes. As classificações de produtos, bebidas e restaurantes. Os guias.
Workshop e atividade : projeto orientado de um alimento
Estudo de casos, o tomate, o chocolate, o açúcar, o café, o "foie gras" Seminário sobre a atualidade do Food Design
Para maiores informações, clique aqui.
Obs: Ficarei responsável pelo módulo A culinária escrita.


Fim de férias e saudades da Liberdade


Infelizmente as férias acabaram e não consegui me mudar. Como podem imaginar, está tudo um caos por aqui. Mas, apesar de tudo, andei comendo muito bem nestas duas últimas semanas – numa rápida viagem a São Paulo, me esbaldei na Liberdade e trouxe para casa muitas delícias desconhecidas, e jantei num restaurante bem simpático, o Mestiço. Lá comi Krathong-thong (cestinhas tailandesas de massa crocante, recheada com frango, milho e especiarias), e mini-acarajés, Ásia (filé mignon fatiado estilo tailandês ao molho de ostras, cogumelos e cebolinhas) e Hua-hinf (frango com shiitake ao molho de gengibre estilo tailandês). Já no Rio, conheci a deliciosa cozinha do Zazá. De entrada pedimos espetada de camarão com mel picante e samosas - pasteizinhos indianos recheados com camarões secos, palmito fresco, coentro, hortelã, gengibre, pimenta calabresa, com mango chutney, meu prato principal foi Camarões flambados com especiariais e risoto de limão e, de sobremesa, um magnífico carpaccio de banana brulée, servidos sobre fina camada de doce de ovos-moles com canelas e duas bolas de sorvete de tapioca. Não tenho tido tempo de navegar muito, mas ando com água na boca só de imaginar os sorvetes que andam rolando lá no blog da Fer e da Bia. Me animei e resolvi investir numa sorveteira. Andei preparando uma torta com a receita da Fer (com recheio de milho e queijo minas), um clafoutis adaptado da Bia (só que usei farinha de castanha do pará no lugar da farinha de amêndoa) e também já fiz umas duas ou três vezes esta receita de pão. Dentre as novidades, esta polenta especial:

Polenta de Grana Padano e mel

150 g de farinha para polenta branca
600 ml de caldo de legumes
2 folhas de sálvia
15 g de manteiga
15 g de grana padano
15 ml de azeite
sal a gosto
pimenta-do-reino branca a gosto
1 colher de sopa de mel (para a hora de servir)

Coloque o caldo de legumes para ferver e, com uma colher de pau, vá acrescentando, aos poucos, a farinha da polenta. Quando a polenta começar a borbulhar, junte as folhas de sálvia e prossiga o cozimento por uns 30 minutos – sempre mexendo. Quando a polenta começar a soltar das paredes e formar uma pequena crosta na superfície, ela estará cozida. Desligue o fogo e acrescente os queijos, a manteiga, o azeite e o sal. Na hora de servir, decore com o mel.

18 julho, 2007

Minha mãe chegou de viagem e me trouxe um monte de mimos gastronômicos - um pacote deste delicioso chá de sabor exótico - abacaxi, ruibarbo e hibisco, Funghi secchi, tomates secos, sal com algas, azeite para peixes, queijinhos de cabra.... Hoje ela venho provar o chá e acabou experimentando o maravilhoso pão italiano que aprendi com a Cris do From our home to yours. Aqui em casa ele durou pouquíssimas horas e já recebi outras encomendas.

15 julho, 2007

"Em última análise, vale a pena recordar que o bom pão depende sobretudo da
qualidade dos homens e mulheres que o produzem"
Steven L. Kaplan






Ótima resenha do livro do historiador Steven L. Kaplan, Good Bread Is Back - A Contemporary History of French Bread, the Way It Is Made and the People Who Make It, hoje no caderno Mais! da Folha de São Paulo.

14 julho, 2007

Coleção 2007/2008


Ontem, num ímpeto consumista, adentrei a simpática e chiquérrima loja do Aquim. É claro que me encantei com todas as novidades do novo cardápio e acabei trazendo para casa uma caixinha de financier de canela e banana e um vidro de flor de sal com ervas. Chegando em casa, resolvi dar uma olhadinha no livro da família Aquim e me lembrei de uma receita que adoro - sopa de cogumelos com pérolas de tapioca.


Sopa de cogumelos com pérolas de tapioca


60 g de sagu
40 g de funghi secchi
1 colher de shoyo
1 cebola média
70 g de manteiga com sal
80 g de shitake fresco em lascas
80 g de shimeji
80 g de portobello
80 g de cogumelos-de-paris
sal e pimenta
600 ml de caldo de carne
200 g de creme de leite fresco


Em uma panela coloque o funghi, o sagu, o shoyo e cubra com água, deixe cozinhar em fogo baixo. Em outra panela, doure a cebola na manteiga até que ela fique translúcida e acrescente os cogumelos. Tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar por completo. Acrescente o caldo de carne e deixe em fogo baixo por 15 minutos. Junte o creme de leite e deixe reduzir até tomar uma boa consistência. Bata no liquidificador e retifique o tempero. Sirva quente com 1 colher de tapioca e um pedaço de funghi secchi.


Variações sobre o mesmo tema

Adoro variar os sabores de minhas sobremesas preferidas. E esta combinação de café com laranja me agrada bastante:



Creme Brulê de café com geléia de laranja



750 ml de creme de leite

250 ml de leite

café solúvel o quanto baste

9 colheres de sopa de açúcar

geléia de laranja (de preferência a que contenha pedaços)



Misture bem todos os ingredientes. Distribua nas forminhas próprias para creme brulê. Asse em banho-maria a 150 g por 20 minutos. Confira se está firme. Se não estiver, deixar por mais 5 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar. Guarde na geladeira até a hora de servir.

Ao misturar os ingredientes formará uma espuma, tente despejar no recipiente em que será assado no banho-maria sem a espuma. Quando for queimar o açúcar, faça em duas etapas; a primeira: despeje pouco açúcar e queime sem dar muita coloração e espere esfriar, isso fará com que o creme brulê fique com uma camada impermeável; na segunda: coloque um pouco mais de açúcar e queime até caramelizar.



Receita e dicas do chef Flávio Frenkel, incluída no catálogo da Spicy outono/inverno 2007.

Este porta-copos divertidíssimo pode ser encontrado aqui.

12 julho, 2007

Nome de Família


Hoje me deu a louca e resolvi dar uma fugida básica no meio da tarde e me enfiar numa sala de cinema. O bom de tudo isto foi, além do gostinho de estar fazendo algo proibido, ter escolhido um filme que adorei - Nome de Família. É claro que saí querendo comer algo com sabor indiano... Cheguei em casa e fiz uma sopa de couve-flor ao curry com lascas de amêndoas torradas. E não é que ficou ótima!


Sopa de Couve-flor ao curry


1 couve-flor

1 cebola

curry

manteiga

1/2 litro de água fervente

250 ml de leite



Primeiro, escalde os buquezinhos da couve-flor em água fervente salgada por 3 minutos. Escorra. Numa panela, refogue a cebola picada na manteiga e tempere com o curry. Junte os buquezinhos, mais ou menos 500 ml de água fervente e 250 ml de leite. Deixe cozinhar por uns 30 minutos. Bata a sopa no liquidificador até conseguir a consistência desejada. Na hora de servir, salpique lascas de amêndoas assadas.

AS BRUXAS de bruxelas
batem panelas
pra espantar as baratas tontas
que vivem nas pontas
dos sapatos delas
In: Rilke shake - Angélica Freitas (Cosac Naify, 2007)

11 julho, 2007

O drama das maçanetas


Como todos estão percebendo, estou totalmente sem tempo para nada – os dias passam voando e eu não consigo me decidir de prefiro esta ou aquela maçaneta...

Mas como a cozinha aqui de casa não pode parar, embora já esteja quase que integralmente encaixotada para a mudança, resolvi procurar algumas receitas de sobremesa, daquelas rápidas e certeiras.

Eis que me deparei com estas duas receitas, ambas do site Epicurious, que me tentaram – Quick Tiramisu e Affogato Mocha.


Quick Tiramisu

6 colheres de sopa de Kahlúa ou outro licor de café qualquer
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de água
2 colheres de chá de café instantâneo
½ xícara de mascarpone ou cream cheese
2 colheres de sopa de creme de leite

1 bolo pronto fatiado
2 colheres de chá de cacau em pó

Misture o licor, com 1 colher de açúcar, 1 de água e o pó de café. Mexa até o café dissolver completamente. Reserve. Em outro recipiente, misture o mascarpone, o creme, 1 colher de sopa do creme de licor preparado e as duas colheres de sopa de açúcar restantes. Forre o recipiente onde será feito o tiramisu com uma camada de fatias de bolo. Sobre cada uma delas espalhe um pouco da mistura de licor preparada. Cubra-as com uma camada do creme mascarpone. Faça uma nova camada de bolo, regue novamente com o preparado de licor. Enfeite a superfície com o cacau em pó. Está pronto. Cubra e refrigere.


Affogato Mocha

1 bola de sorvete de chocolate
2 colheres de sopa de chocolate amargo picado
2 colheres de sopa de café preparado bem quente
2 colheres de sopa de rum

Sirva imediatamente.

06 julho, 2007

Sonhos de um fim de semana de inverno


Finalmente a semana está chegando ao fim... Apesar do final de semana movimentado que tenho pela frente, é sempre com uma sensação de prazer que chego em casa na sexta-feira após buscar as crianças na escola. Nestas horas sempre tenho vontade de cozinhar algo diferente. O menu de hoje foi: de entrada um bom queijo de cabra e um delicioso pão italiano, o prato principal foi uma "receita-adaptação", ao invés de baringelas a parmeggiana, abobrinhas. Como tínhamos um pote de sorvete de coco com amêndoas, resolvi fazer uma receita de bolo que encontrei neste site e que me pareceu bastante interessante - principalmente por levar azeite na massa.


Bolo Rápido


1/2 xícara de semolina
2/3 xícara de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
1/2 xícara de açúcar
4 ovos
1 colher de sopa de azeite
1 colher de chá de baunilha

Junte os ingredientes secos. Misture muito bem os ovos com os ingredientes líquidos. Junte as duas misturas. Leve ao forno, numa forma untada e enfarinhada e deixe assar por uns 30 minutos. Quando estiver pronto, regue com a seguinte calda:

1/2 xícara de açúcar
1 xícara de água
suco de meio limão

Misture tudo e cozinhe por uns 10 minutos. Reserve até a hora de regar o bolo.

Obs: Voltando ao início deste post... Finalmente a semana está chegando ao fim... Apesar do final de semana movimentado que tenho pela frente, ou exatamente, por este motivo, o desejo de ir à Paquetá é urgente. Que fique pelo menos um registro sincero desta intenção!