21 setembro, 2010

Dia da árvore


Leitura obrigatória - A Árvore Generosa, de Shel Siverstein

A árvore generosa é uma fábula em preto-e-branco sobre a amizade, a consciência ecológica e a passagem para a vida adulta. Os estreitos laços que aproximam o menino e a árvore transformam-se, pouco a pouco, em distância e silêncio. Ela sempre acolhe e oferta; ele tudo pede e retira. A árvore propõe uma relação de troca sincera e desinteressada - essa que o menino parece desaprender quando vira homem. No Brasil, a delicada narrativa criada por Silverstein foi traduzida pelo renomado escritor mineiro Fernando Sabino. Pautando-se pelo respeito aos leitores, a nova edição da Cosac Naify restabeleceu o formato original (e generoso) do livro. Para além das questões ecológicas, ele sugere um horizonte de cidadania e responsabilidade social em escala planetária.

Obs: texto da própria editora.

18 setembro, 2010

Memórias de açúcar


"Numa tarde, diante do prato raspado da sobremesa, perguntei à minha imagem polida feito espelho de onde é que vinham os doces, e se suas histórias tinham começo, meio e fim. Pega de surpresa, minha cara lambuzada do outro lado nem piscou. Eu tinha acabado de devorar os personagens principais."


Assim começa a viagem de Lucrecia Zappi pelo mundo dos doces. Em edição hiper cuidadosa, típica da Cosacnaify, Mil-folhas, história ilustrada do doce, cativa o leitor não apenas pela narrativa, mas pelas belíssimas ilustrações que recheiam o volume. E o livro ainda nos oferece dois presentes - ao final, em uma simpática engenharia de papel, destacamos algumas folhas e as remontamos (seguindo as instruções), formando um pequeno livro de receitas, para anotarmos as nossas preferidas. E o outro presente é o lindo texto da quarta capa, assinado pela Mari Hirata. Quem acompanha o blog sabe que eu sou absolutamente encantada pelo seu trabalho e que não me canso de ficar admirada com a sensibilidade evocada por suas palavras - com uma economia narrativa absolutamente fantástica, Hirata é capaz de transmitir sua paixão pela culinária e, mais do que isto, é capaz de dar sentido à nossa labuta diária - seja na cozinha seja em qualquer lugar.



14 setembro, 2010

Gente que faz: Márcio Berti

Fiquei simplesmente emocionada com este projeto, o "Chefs Especiais, Down Cooking" !






O mundo precisa de pessoas assim ... de pessoas especiais!
Chefes Especiais from Patricia Corvo on Vimeo.

Programa legal!!!



No domingo tivemos uma manhã das mais agradáveis! Fomos convidados para um brunch no Palaphita Kitch. Para quem não conhece, o Palaphita é um quiosque especializado na culinária amazônica, localizado na beira da lagoa Rodrigo de Freitas. Lá, além de você poder se deliciar com os ingredientes típicos da Amazônia (infelizmente muito pouco conhecido por nós), e se encantar com o ambiente cuidadosamente preparado para te transportar para um espaço mais integrado com a natureza, os alimentos são, em sua maioria, orgânicos, revelando uma preocupação com os sistemas de produção e distribuição auto-sustentáveis. São delicias como o jambu, o camu camu, o tucunaré, a sapoti e por aí vai, numa profusão de cores e sabores capazes de agradar os mais exigentes comensais. E a novidade agora é o seu brunch domingueiro, que funcionará todos os domingos, a partir do dia 26, das 10h30 às 15h. É programa legal na certa – comida boa, ambiente agradável e natureza deslumbrante – tudo isto ao delicioso sabor amazônico.

Eu, particularmente, adorei a tapioca recheada com queijo coalho e ervas e a Chinoca sem álcool, um suco energético feito com o sumo de mangarataia (gengibre) e limão.

Ambas as receitas são deliciosas e fáceis de fazer. Vamos a elas:

Tapioca
1/2kg de farinha de tapioca
Água o suficiente para cobrir
Sal a gosto

Cubra a farinha com água e deixe de um dia para o outro. Escorra o excesso de água, esfarela a massa com as mãos e tempere com um pouco de sal. Em uma frigideira bem aquecida, espalhe um punhado da massa. Rapidamente ele ganhará a forma de uma panqueca e se desgrudará na frigideira – vire-a, coloque o recheio de sua preferência, feche e sirva.

Chinoca

Processe a quantidade de gengibre que quiser e esprema para conseguir seu suco. Vá temperando conforme o gosto pessoal, com limão, açúcar e água. O legal é que pode ficar na geladeira por alguns dias, e fica deliciosa bem gelada.


09 setembro, 2010

Inspiração do dia: Janet Hill







Eu, particularmente, acho as pinturas de Hill um luxo só. São alegres, coloridas, sofisticadas e singelas a um só tempo, e me remetem a um imaginário onírico, onde a felicidade repousa nos pequenos detalhes da vida cotidiana. E, fazendo às vezes da cereja em cima do bolo de chocolate, os títulos - absolutamente perfeitos.

1. The Poodles Adore Pastries
2. The Ladybugs Love Cocolate
3. The Italian Bakery
4. Love and Cake
5. The Apple Charlotte


Visite o estúdio da pintora canadense aqui.

08 setembro, 2010

Tâmaras pra que te quero


Vocês já devem ter notado que eu sou louca por tâmaras – daí a pergunta que não quer calar – tâmaras pra que te quero? Mas eu sei a resposta – te quero pra tudo que você puder me dar...

Trufas de tâmaras

12 tâmaras sem sementes
100 g de coco ralado
100 g de amêndoas
1cc de agave
4 cc de cacau em pó
2 cs de água
1 cc de canela

Processe todos os ingredientes juntos. Se necessário, acrescente mais um pinguinho d’água. Forme pequenas bolinhas e cubra-as com o ingrediente que quiser- coco ralado, castanhas picadas, gergelim, cacau em pó...

Dicas: estas trufas são uma ótima opção para o lanche de seus filhos!

Outras receitas com tâmaras:
Brownie de tâmara
Torta de tâmaras com calda de caramelo

06 setembro, 2010

Gabinete de Curiosidades


"Tem mais folhas uma pereira que Em busca do tempo perdido?"
Pablo Neruda

02 setembro, 2010

Aconteceu!!!




Gastrônomos, estudantes e pesquisadores de vários nacionalidades, reuniram-se, na biblioteca do Radcliffe Institute (HarvardUniversity) , para o seminário Reading Historic Cookbooks: A Structured Approach”, para discutir o valor histórico-social dos assim chamados cookbooks.

A idéia era distribuir inúmeros livros de receitas, de vários séculos e de várias nacionalidades, para que, ao final do encontro, pudessem ser debatidos não apenas os aspectos culinários dos livros mas, sobretudo, a linguagem, os ingredientes, os utensílios utilizados outrora, de modo a conformarem um painel vívido de como viviam, nos respectivos períodos, as sociedades estudadas.

O encontro foi conduzido por Barbara Ketcham Wheaton, uma das primeiras historiadoras da alimentação, atualmente curadora honorária do acervo culinário da biblioteca do Instituto, que conta com aproximadamente 20.000 títulos.

Eu gostei, particularmente, da organização do evento que foi dividido da seguinte maneira:

Após um jantar especial, servido para todos os participantes, o encontro teve início na manhã seguinte com uma mesa inaugural intitulada “Os Ingredientes”. A proposta era examinar as origens geográficas, a sazonalidade e o custo dos ingredientes em cada cookbook consultado. Na mesa seguinte, intitulada “Os locais de trabalho, técnicas e equipamentos”, a idéia era dissecar a cozinha ela mesma, observando os equipamentos e as técnicas utilizadas ao longo dos séculos e o impacto da revolução industrial no espaço da cozinha doméstica. Na sequência, “A Refeição” foi o objeto de estudo, atentando para detalhes como a apresentação dos pratos, as regras de etiquetas, etc... Na mesa onde o objeto de estudo era o próprio “Cookbook”, o destaque foi o exame dos manuscritos e as notações que acompanham as receitas que, geralmente, contem informações relevantes sobre os costumes. Finalmente, para encerrar o encontro, a mesa “O escritor, o leitor, a cozinha e o comensal”, previu um entrecruzar dos trabalhos afim de que o estudo sistemáticos dos livros de receita pudessem conformar um novo entendimento do aspecto histórico-social deste campo de trabalho.

Fica aqui o registro e, quem sabe, uma idéia para os amantes da gastronomia...