23 agosto, 2010

Letras e sabores iranianos


Organizando os arquivos do blog me dei conta de que nunca postei a indicação do livro A Sopa de Romã, da iraniana Marsha Mehran. Não entendi como isto foi acontecer - pois o livro, além de muito bacana, foi traduzido pela Nina Horta – o que para mim é sinônimo de qualidade.

Segue um pequeno texto sobre o livro, da própria editora, a Jaboticaba.

“Na verdade, Sopa de romã é uma magnífica festa para os sentidos. Em cada página, em cada parágrafo, em cada linha, uma sucessão de perfumes, sabores, texturas, cores... Ingredientes exóticos, preparados pelas mãos calejadas da jovem Marjan, culminam em combinações sempre surpreendentes e de efeitos mágicos. Tudo gira em torno do Café Babilônia, onde ela e suas irmãs mais novas – Bahar e Layla – tentam se estabelecer no interior da Irlanda, depois de passarem por Londres, fugindo das dificuldades de sua terra natal, o Irã. Ainda são fortes as lembranças da fuga de Teerã, da travessia do deserto de Dasht-e Lut, em meio à revolução que culminaria por levar o Aiatolá Khomeini ao poder, em 1979.”

Um detalhe bastante interessante do livro, é que ele começa cada capítulo com uma receita, que funciona como uma espécie de epígrafe do texto. Eis uma que eu já fiz:

Refresco de iogurte dugh

2 xícaras de iogurte
3 xícaras de água mineral
3 colheres de hortelã picada
1 colher de chá de sal
½ colher de chá de pimenta do reino moída na hora
Folhas de hortelã para enfeitar

Misture os ingredientes numa jarra ou caneca grande. Junte o gelo devagar, à medida que mexe. Enfeite com folhas de hortelã.


Boa leitura para todos!!

20 agosto, 2010

Leitura para o fim de semana


Leitura deliciosa esta que Bob Spitz nos propicia. Uma espécie de relato de viagem misturado com autobiografia e crônica gastronômica, a narrativa de Aprendiz de Cozinheiro intercala reflexões bastante diversas sobre o entendimento da culinária – ora valorizando a expertize dos franceses e a sua relação quase estética com o sabor, ora a simplicidade da comida que é carregada de referências familiares, típica da culinária italiana.

Mas o legal é que Bob consegue um equilíbrio fantástico entre os dois paladares e nos apresenta uma galeria de personagens cuja existência gira em torno da comida. E, de brinde, como uma cereja em cima do bolo, ganhamos deliciosas 25 receitas ... Eu já fiz a minha!

Ameixas ao Armagnac

½ kg de ameixas sem caroço
Água para cobrir
½ xícara de açúcar
Armagnac ou brandy

Ferva numa panela água suficiente para cobrir as ameixas. Adicione-as e imediatamente apague o fogo. Deixe que descansem por 10 minutos naquela água, o suficiente para que inchem (se reidratem). Escorra, reservando o líquido, e guarde as ameixas num saco ziploc para esfriarem.
Faça uma calda simples e leve, fervendo o açúcar com a água que ficou reservada. Coloque as ameixas numa jarra e acrescente a calda até ocupar metade do espaço acima das frutas. Complete com Armagnac ou Brandy. As ameixas podem ficar guardadas assim por meses, ou até anos. Use quando necessário.


Para saber mais, visitem o site da editora ZAHAR.

16 agosto, 2010

Preservando alimentos


Preservar alimentos é parte essencial da chamada cozinha sazonal e sustentável. O que está por trás deste conceito é o aproveitamento máximo dos alimentos e a tentativa de minimizar seu desperdício. A arte das conservas é, como sabemos, bem antiga, e baseia-se na lógica da manutenção dos valores nutritivos dos alimentos. No século XVI, Nostradamus dedicando-se ao estudo das plantas e seus efeitos curativos, acabou por iniciar-se na arte das compotas e geléias curativas. Em 1552, publicou o resultado de suas pesquisas com o título de "Traité des Fardements et des Confitures".
Outro fato que impulsionou o hábito de se fazer conservas e compotas foi a necessidade das populações agrícolas de preparar mantimentos para o inverno, aproveitando a generosidade dos alimentos nas estações do ano mais propícias. Se acondicionadas em vidros esterilizados e bem tampados, as compotas se conservam por muito tempo e garantem a boa mesa por todo o ano.
Atualmente há uma retomada do conceito e um incentivo à volta dos processos de preservação dos alimentos. Liderados pela Canning Across America (CAA), há uma campanha espalhada pela rede que visa incentivar jovens blogueiros, cozinheiros, jardineiros e amantes da cozinha em geral, a revitalizar a popularidade das conservas. São inúmeros sites e blogs dedicados ao assunto, disponibilizando, diariamente, deliciosas receitas.
Eu, particularmente, adoro a idéia – ela evoca as lindas histórias da Laura Ingalls que tanto me preencheram a infância. Além disto, sou neta de americana, e as compotas eram parte fundamental de sua culinária – lembro até hoje do gosto do waffle com maple e da compota de morangos que comia no café da manhã quando dormia em sua casa. Outro livro que me vem à mente é o também clássico “Blueberries for Sal”, de Robert McCloskey, que conta a história de mãe e filha, colhendo frutas e preparando geléias.
Agora, me respondam, tem coisa mais gostosa do que dar de presente um chutney, uma geléia ou uma compota caseira? Eu ainda não descobri presente melhor...

Para saber mais:

Saving the season
Food in Jars
Canning Across America

Algumas geléias, chutneys e compotas feitas aqui:

Tapenade de Azeitonas Verdes
Compota de abacaxi com baunilha

Relish de Uvas e vinho do porto
Compota de Maça
Chutney de figos balsâmicos com uvas assadas

11 agosto, 2010

Divulgando


Um dos primeiros livros de culinária que eu comprei foi o "Charlô of Course", do Charlô Whately. Me lembro de ter gostado tanto dele que, assim que ele lançou o segundo, o “Charlô em Paris”, eu o levei para casa. E o livro valia por três – ele era ricamente ilustrado pela Anita Ljung, escrito pela maravilhosa Nina Horta (minha “ídala”) e tinha uma história maravilhosa que, por anos, povoou minha imaginação. Algum tempo depois adquiri o “Limão Siciliano” – muito bacana também. A novidade agora é que Charlô acaba de lançar uma revista, disponibilizada em seu site – e o mais legal é que ela vem recheada de receitas. Eu, por exemplo, já escolhi a minha – uma sugestiva compota de caqui com creme inglês. Assim que eu a fizer, conto o resultado.





09 agosto, 2010

A pergunta que não quer calar...

"Como é possível dirigir um país com 400 tipos de queijo?"

Charles de Gaulle


Achei esta observação absolutamente fantástica ...

... e esta idéia simplesmente genial: