19 julho, 2006

Conchas para que te quero, por Lara Leal


O que será que estuda um malacologista? Dentro da vasta área da zoologia, um malacólogo é aquele que estuda animais de corpo mole, ou seja, caracóis, conchas e moluscos. As conchas, sabemos, inspiram verdadeiras paixões – além das formas perfeitas que atingem com o passar dos anos, das padronagens que as revestem, compartilhamos da áurea mágica de acreditar que de um grão de areia teremos uma irridescente pérola. No Brasil, poucos dedicam-se ao estudo das conchas, mas aqui presto um tributo ao cientista Maury Pinto de Oliveira, dono do maior acervo de conchas do Brasil – são 45 mil espécimes, todas devidamente catalogadas. Autor de inúmeros estudos sobre a malacologia, a ele devemos muito do conhecimento do universo dos moluscos, bem como a valiosa afirmação de que no Brasil temos 87 espécies de conchas comestíveis. É sobre isto que quero falar.
Realmente come-se muito pouca concha no Brasil. Salvo algumas vieiras, mexilhões e vôngoles e as famosas e afrodisíacas ostras, pouco uso fazemos delas na cozinha. Provavelmente são muito nutritivas. Lembram-se de um dos primeiros episódios de Lost, logo após a queda do avião, que o coreano tentou, sem muito sucesso, convencer os demais náufragos que se comessem os moluscos ficariam todos bem alimentados? Pois é, preciso verificar esta informação. De qualquer modo, é fato que devíamos nos dedicar mais ao estudos destes comestíveis, uma vez que eles estão ao alcance de nossas mãos. A editora do Senac, que vem desempenhando um importante papel no meio editorial no que diz respeito aos estudos da gastronomia brasileira lançou recentemente um livro sobre o assunto intitulado O Mundo das Conchas. Vou comprar para lê-lo...
Segundo informações soltas no ambiente da rede, nossos moluscos são ricos em vitaminas A e E, e são também considerados uma excelente fonte de ferro, potássio, zinco e magnésio. As únicas informações a mais que tenho sobre o assunto dizem respeito ao aspecto dos moluscos – devem estar sempre bem fechados, àqueles que não abrirem durante o cozimento devem ser descartados, e todos devem ser limpos com uma escovinha antes de serem postos para cozinhar. Um por um. Devo confessar que de minha vasta experiência na cozinha só me aventurei uma única vez a fazer vôngoles e rolou uma certa preguiça de lavar conchinha por conchinha. Mas os anos trazem algum tipo de ensinamento então, deverei me aventurar novamente e, sem preguiça, achar simplesmente um prêmio poder limpar conchinha por conchinha.
Vamos a receita:

SPAGHETTI AO VÔNGOLE




Ingredientes:

1 kg de vôngoles com casca
2 dentes de alho amassados
¼ de xícara de azeite
½ taça de vinho branco seco
1 colher de sopa de salsinha picada
500 gr de spaghetti Salsinha picada para salpicar
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto


Modo de fazer:

Lave, um por um, os vôngoles. Numa panela, aqueça o azeite e junte o alho apenas para suar. Acrescente os vôngoles e o vinho branco. Feche a panela e deixe cozinhar por uns dois ou três minutos. Abra a panela e descarte os vôngoles que não abriram. Junte a salsinha picada e despeje sobre a massa já cozida.

E também vou postar uma receita do Olivier Anquier:


Mexilhão com manteiga e alho

Ingredientes:

500 g de mexilhão congelado

• 250 g de manteiga sem sal

• 3 dentes de alho

• 50 g de salsa

• 100 g de pão ralado, temperado com ervas finas

• 2 colheres (sopa) de conhaque

• Sal grosso a gosto

Prepare assim:

• Cozinhe os mexilhões congelados;• Pré-aqueça o forno a 200ºC;• Em uma tigela, coloque a manteiga, os dentes de alho e a salsa, ambos finamente picados;• Junte ao preparado o pão ralado temperado, o conhaque e uma pitada de sal;• Misture tudo com as mãos, até a manteiga amolecer e obter uma massa;• Encha o fundo de uma travessa que possa ir ao forno com sal grosso;• Recheie generosamente os mexilhões com o preparado e coloque-os no sal grosso;• Leve a travessa ao forno aquecido durante 5 ou 6 minutos ou até gratinar.

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