29 dezembro, 2007
Vida nova para o blog
20 dezembro, 2007
16 dezembro, 2007
Natal antecipado?
13 dezembro, 2007
Relish
"palavra inglesa que identifica qualquer preparado condimentado, picante, que serve de guarnição a um alimento simples, para enriquecer seu sabor. Nos Estados Unidos, refere-se a um molho agridoce utilizado para acompanhar carnes e aves. Na Inglaterra, nomeia um molho à base de vinagre e também um tipo de picles de sabor mais delicado."
07 dezembro, 2007
Pensando na Ceia I
250 g de couscous
300 ml de caldo de legumes
1 colher de café de cominho em pó
1 dente de alho
1/2 pimenta dedo-de-moça sem semente
50 g de avelã tostada e picada
30 g de passas brancas
30 g de passas pretas
50 g de damascos secos
50 g de tâmaras secas
50 g de figo seco
80 ml de vinho do Porto
2 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de hortelã picada em juliana
sa e pimenta
06 dezembro, 2007
Presentes antecipados e presentes desejados
É batata! Todo ano, quando começo minha busca por presentes de Natal, acabo chegando em casa com novidades ... Esta semana encontrei lindas forminhas de silicone para muffins (todas coloridinhas) e um livro bárbaro, Provence Cookery School - Shop, cook and eat like a local, de Gui Gedda and Marie-Pierre Moine. Claro que não resisti e trouxe um para casa.
02 dezembro, 2007
Almoço de domingo
29 novembro, 2007
Como transformar quilos de manteiga em algo leve...
Julia Child, autora de Mastering The Art Of French Cooking – um clássico da culinária norte-americana!
26 novembro, 2007
Adorei!
25 novembro, 2007
Presente
22 novembro, 2007
An Apple a Day Keeps the Doctor Away
Compota de Maça
1 kg de maças variadas
1 pera bem madura
Suco de 1 limão
1 pau de canela
Basta descascar as frutas, picar e misturá-las com o suco de limão e a canela. Deixar cozinhar em fogo baixo com a panela tampada até estarem bem cozidas.
Chutney de figos balsâmicos com uvas assadas
2 xícaras de uvas vermelhas sem sementes
2 colheres de chá de azeite extra-virgem
1 laranja
3 alhos picados
2 xícaras de água
2 saquinhos de chá preto
450 gr de figos secos picados
12 azeitonas pretas sem caroços (+/- 1 xícara)
12 azeitonas verdes sem caroços (+/- 1 xícara)
2 cebolinhas verdes finamente fatiadas
½ cc de flor de sal
¼ cc de pimenta do reino
Pré-aqueça o forno. Deposite as uvas num tabuleiro forrado com papel manteiga e regue-as com 1 colher de sopa de azeite. Deixe assar por uns 10 minutos. Reserve.
Retire a pele da laranja, cortando-a em tirinhas. Esprema o suco. Reserve 1/3 de xícara do suco. Em uma panela, aqueça a outra colher de azeite, adicione o alho, a água e os dois saquinhos de chá. Após alguns minutos, retire os saquinhos e adicione os figos. Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 10 minutos. Abra a panela, deixe o líquido evaporar por uns 2 minutos e remova a panela do fogo. Junte os ingredientes restantes, ou seja, as azeitonas, as uvas, o suco, a casca da laranja, os temperos... Guarde em vidros esterelizados. Dura um mês na geladeira. A revista recomenda que se coma com assados em geral e com crostinis de queijo de cabra.
05 novembro, 2007
Basta deixar as lascas de bacalhau de molho, para dessalgá-las, refogar de 6 a 8 dentes de alho picados no azeite, juntar o bacalhau escorrido e o arroz. Acrescentar a água fervente (na mesma quantidade de um simples arroz) diminuir o fogo, tampar a panela e... pronto. Depois é só juntar bastante salsinha picada, ajustar o sal e regar com um fio de azeite. Realmente ficou muito bom.
21 outubro, 2007
Enfim, as panelas!
Bobó de frango
1 kg de peito de frango cortado em cubinhos, temperados com limão, sal e pimenta
2 cebolas médias picadas
1 xícara de purê de tomate
1 kg de aipim cozido
1 xícara da água do cozimento do aipim
1 xícara de leite de coco
Óleo para refogar o frango
Coentro fresco a gosto
Aqueça o óleo numa panela e refogue os cubinhos de frango. Assim que mudarem de cor, abaixe o fogo, tampe a panela e deixem cozinharem. Uns dez minutos depois, destampe a panela e deixe a água evaporar. Quando estiverem começando a ganhar aquela coloração de tostadinho, junte as cebolas e o purê de tomates. Abaixe o fogo novamente, tampe a panela e deixe cozinharem por 20 minutos. Enquanto isso cozinhe os aipins e, assim que estiverem cozidos e escorridos, bata-os no liquidificador juntamente com a água reservada e o leite de coco. Após os 20 minutos de cozimento do frango com os tomates, junte este creme. Mexa bem, apure o tempero com mais sal e pimenta e acrescente uma porção generosa de coentro fresco picadinho.
Farofa de dendê
Basta refogar a farinha de mesa no óleo de dendê e temperar com sal.
Beijinhos de coco
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de manteiga sem sal
6 colheres de sopa de coco ralado seco
2 gemas
Levar tudo ao fogo baixo e mexer até desprender da panela. Após esfriar, untar a mão com manteiga, enrolar as bolinhas, passar no açúcar branco e enfeitar com um cravinho cada um.
Obs: Esta linda foto foi retirada daqui.
18 outubro, 2007
Em louvor da sombra, por Biagio D'Angelo
[1] Soseki Natsume (1867-1916) é um romancista japonês cujas obras foram fundadoras da literatura japonesa moderna. Seu livro Eu sou um gato é publicado em português pela Editora Estação Liberdade. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)
[2] Pasta de soja fermentada, muito utilizada na culinária japonesa. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)
[3] Tigela laqueada. (Nota de autoria de Biagio D'Angelo)
[1] Cidade da Prefeitura de Nara, famosa pelos templos e as cerejeras em flor.
09 outubro, 2007
...Reconhece a queda, e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...
Com algumas semanas de atraso, participo de uma brincadeira-desafio, proposta pela Bia do L'amour dans l'assiette: Sem escolher, pegue um livro e abra da página 161 e transcreva a 5ª frase.
A minha frase é: “O Portugal Pequenino que compôs com tanto encantamento para os filhos nunca teve figura como a cartilha colorida dum país que ele projectava descrever em profundidade e numa programação exacta e ambiciosa, a Vida Humilde do Povo Português, de que afinal Os Pescadores seria o primeiro (e único) volume.”
Esta frase foi retirada do livro de José Cardoso Pires, Dispersos 1 – Literatura, publicado pela editora portuguesa Dom Quixote.
Desculpe o atraso Bia, mas não pude responder antes.
27 setembro, 2007
25 setembro, 2007
Sentimental eu sou ... eu sou demais...
Hambúrguer de Atum
1 lata de atum
1 cebola pequena ralada
Coentro fresco
1 ovo
½ xícara de leite
1 ½ xícara de aveia em flocos
1 colher de sopa de azeite
Sal e pimenta
Misturar tudo, moldar como quiser e fritar.
Para o molho
1 potinho de iogurte
1 pepino ralado
Coentro
Sal
Pimenta
Azeite
Misture tudo e empregue.
17 setembro, 2007
Releituras...
Boa semana para todos, repleta de desejos atendidos...
13 setembro, 2007
1 – Acho que o primeiro de que me lembro foi a minha mudança de São Paulo (onde nasci) para o Rio de Janeiro. Eu tinha oito anos na época, amigos de escola, uma casa que adorava ... Enfim, foi uma mudança e tanto! E para completar, a mudança foi no meio do ano letivo, o que significa que encontrei uma turma já formada. Não foi lá muito fácil, mas rapidamente me adaptei e virei uma quase-carioca!
2 – Lembro do meu aniversário de 15 anos, quando ganhei de presente passar um final de semana prolongado com minhas duas melhores amigas num hotel-fazenda – sozinhas! Foi o máximo!
3 – A realização, em 1990, de um sonho – ir a Cuba! Não apenas fui, mas conheci pessoalmente Fidel Castro ... Experiência ímpar, em se considerando todo aquele romantismo de juventude!
4 – A minha mudança para a casa onde construí minha família e vivi durante 15 anos.
5 - O nascimento do Tobias, meu primeiro filho! É simplesmente inenarrável as transformações pelas quais passamos quando nasce um filho...
6 – E claro, o nascimento do Heitor, meu caçulinha. Com ele aprendi que cada filho é um filho, cada história é uma história, mas que amor de mãe é sempre o mesmo.
7 – E acho que devo incluir a minha recente mudança. Como ainda estou em fase de adaptação, apenas posso dizer que mudar de casa é, de certa forma, mudar de vida, reaprender tudo de novo.
Barrinhas pra que te quero
09 setembro, 2007
Quando a viagem é mais do que uma experiência cognitiva ou BI L'À CÔTÉ
"A oitenta milhas de distância contra o vento noroeste, atinge-se a cidade de Eufêmia, onde os mercadores de sete nações convergem em todos os solstícios e equinócios. O barco que ali atraca com uma carga de gengibre e algodão zarpará com a estiva cheia de pistaches e sementes de papoula, e a caravana que acabou de descarregar sacas de noz-moscada e uvas passas agora enfeixa as albardas para o retorno com rolos de musselina dourada. Mas o que leva a subir os rios e atravessar os desertos para vir até aqui não é apenas o comércio das mesmas mercadorias que se encontram em todos os bazares dentro e fora do império do Grande Khan, espalhadas pelo chão nas mesmas esteiras amarelas, à sombra dos mesmos mosquiteiros, oferecidas com os mesmos descontos enganosos. Não é apenas para comprar e vender que se vem a Eufêmia, mas também porque à noite, ao redor das fogueiras em torno do mercado, sentados em sacos ou em barris ou deitados em montes de tapetes, para cada palavra que se diz – como “lobo”, “irmã”, “tesouro escondido”, “batalha”, “sarna”, “amantes” – os outros contam uma história de lobos, de irmãs, de tesouros, de sarna, de amantes, de batalhas. E sabem que na longa viagem de retorno, quando, para permanecerem acordados bambaleando no camelo ou no junco, puseram-se a pensar nas próprias recordações, o lobo terá se transformado num outro lobo, a irmã numa irmã diferente, a batalha em outras batalhas, ao retornar de Eufêmia, a cidade em que se troca de memória em todos os solstícios e equinócios."
Este post, apesar do atraso, é dedicado aos amigos que compartilharam comigo uma das noites mais agradáveis das últimas semanas. Na verdade, devo esta noite ao meu querido amigo Biagio, companheiro de aventuras gastronômicas. Vamos a ela:
Finalmente conheci a cozinha da badalada chef Danielle Dahoui. Após alguma hesitação na escolha do restaurante, não sabíamos de íamos ao Ruella ou ao À Côté, acabamos por optar pelo último, apenas por uma questão de proximidade. Acho que a escolha foi perfeita pois, além de delicioso, há muito não via uma decoração tão interessante. Mas a comida não ficou nem um pouquinho atrás. Éramos quatro. Escolhemos um delicioso vinho sul-africano, o Kadette, que deixou lembranças. E demos início à nossa viagem, compartilhando uma amuse-gueules muito especial - Tartines de Steak Tartar au Poivre com Mostarda Dijon e Alcaparras. Os pratos principais, foram quatro. Rosarinho foi de Quiche de espinafre e queijo de cabra feta com folhas; Alexandre foi de Peito de frango recheado com presunto cru e queijo ao molho Emmenthal com fettuccini na sálvia; Biagio foi de Magret de canard ao Cassis e Pimenta verde com arroz de maças ao açafrão; e eu fui de Pâtes, Penne com Camarão, Shimeji e aspargos ao molho de shoyu, saquê e gengibre. Pelo que me lembro, todos estavam sublimes. E para finalizar com chave de ouro (e transmutar esta experiência em calorosa memória gustativa), a magnífica Pavlova de amêndoas com sorvete de abacaxi, chantilly e coulis de framboesa.
P.S - A foto ilustrativa é um detalhe do Monastério de Santa Eufêmia, na Província de Palência.
30 agosto, 2007
1, 2, feijão com arroz ... 3,4, ambrosia da Tatu!
Ambrosia Cremosa
4 ovos bem batidos
250 g de açúcar
50 ml de água
Suco de ½ limão
Suco de ½ laranja
Ferva a água com o açúcar e deixe derreter muito bem. Tire do fogo e junte os ovos batidos misturados com os sucos. Volte ao fogo baixo e cozinhe, sem mexer muito, até ficar cremoso. Sirva em pequenos potes com um pouco de queijo branco ralado grosso para decorar. Gratine, se gostar.
29 agosto, 2007
Uma homenagem às varinas de Lisboa
Vazam-se os arsenais e as oficinas,
(...)
In: O sentimento dum ocidental, Cesário Verde.
26 agosto, 2007
Novo colaborador, meu amigo Biagio!
Uma das experiências mais maravilhosas da minha vida foi uma viagem a Helsinque em ocasião dos meus 30 anos. Todo o exótico que sonhava de ver, naquela época, se resumia na Finlândia. A experiência culinária foi realmente única.
Fui a um restaurante, no dia do meu aniversário (8 de maio) que chama LAPPI e que quer dizer “Lapônia”. Fica numa rua central da capital, Annankatu 22, que significa “Avenida Anna”(em honra a uma princesa sueca, provavelmente). Lá o meu menu foi extraordinário e ainda, a distância de anos, o lembro com prazer e saudades.
Entrada: um aperitivo “Poronkyynel” (Lágrimas de rena), uma cachaça local, bastante forte, com frutas do bosque amarelas (deliciosas!!!).
Primeiro prato: “Poronkäristystä” (Refogado de rena). Atenção ao finlandês: rena se diz “poro”, mas ao genitivo faz “poron”…Esse prato, Lara, é uma verdadeira delícia: se acompanha com puré de batatas e um molho a base de arando vermelho (é um prato que tem uma variante na Rússia, mas disso lhe direi em outro momento).
Sobremesa: Karpalojäätelöä, lämmintä valkosuklaa kastiketta ja hunaja-lakkahilloketta (Sorvete de kárpalo. Jäätelöä è uma palavra impronunciável significa sorvete, e o kárpalo è uma fruta dos lagos que não existe em outros lugares se não no extremo norte da Europa) com um molho de chocolate branco e geléia de mel e amoras...
Não é uma maravilha dos deuses??? Pode imaginar em que céu estava eu???
Estavam comigo dois grandes, grandíssimos amigos, um belga e outro italiano que ficaram sem palavras... porque o restaurante foi uma escolha minha... mas a conta foi
deles!!! Era ou não era o meu aniversário???
Biagio querido, aguardo muitas novas colaborações. Muito obrigada!
25 agosto, 2007
Enfim, casa nova!
1 cebola picada
Azeite
2 colheres de chá de sementes de erva-doce
1 litro de caldo de legumes
1 lata de tomates pelados
Sal, pimenta e 1 pitada de açúcar
2 xícaras de arroz para risoto
Manteiga
Queijo ralado
Refogue as cebolas no azeite, junto com as sementes de erva-doce. Acrescente o arroz e, assim que ele ficar translúcido, comece a regá-los com o caldo de legumes. Mais ou menos na metade do cozimento, acrescente parte dos tomates pelados (que devem ter sido refogados no azeite e temperados com sal, pimenta e uma pitada do açúcar). Alterne o caldo de legumes com o restante dos tomates. Para finalizar, acrescente 1 colher de sopa de manteiga e 2 colheres de sopa de queijo ralado. Delícia!
Crocante do jardim
1 kg de frutas (eu usei maças, morangos e peras), descascadas e cortadas
¼ de xícara de manteiga
3 colheres de sopa de açúcar
Refogue as frutas na manteiga, como para uma compota. Na hora de retira-las do fogo, acrescente as três colheres de açúcar e mexa até dissolve-las. Reserve.
Faça uma espécie de farofa com 1 xícara de chá de farinha de trigo e 100 gr de manteiga. Deposite as frutas num pirex, cubra com a farofa e leve para assar por uns 25 minutos. Eu comi o meu crocante com sorvete de chocolate branco.
Amor de irmão
Pão italiano
Pimenta tabasco
Mostarda
Palitinhos
Ferrero roche
Amendoim
Pizza
Sanduíche de filet
Salada de alface com muito limão
Vinho
Coca zero...
E eu amo meu irmão.
Vocês devem ter percebido que estou há alguns dias sem postar. É que minha vida, nesta última semana, virou de ponta cabeça. Além da mudança de endereço e da pressa em terminar minha qualificação, meu irmão nasceu de novo. Explico: após um vazamento de gás em seu banheiro, ele foi encontrado desmaiado e tão logo foi socorrido, ficou um tempo sem os movimentos. Nada no mundo pode explicar os sentimentos que passaram pela minha cabeça durante estas terríveis horas. São nestes momentos-chaves de nossas vidas que entendemos o que é, de fato, relevante – a mudança, que me parecia a grande questão do momento, foi reduzida a algo tão insignificante que nem vale a pena mencioná-la. Quanto à qualificação, acabei dando conta do recado. Quanto ao meu irmão, graças a Deus ele renasceu! E quanto a mim, ganhei um irmão.
24 agosto, 2007
Num bairro moderno - Cesário verde
Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se os nascentes,
E fere a vista, com brancuras quentes,
A larga rua macadamizada.
Rez-de-chaussée repousam sossegados,
Abringam-se, nalguns, as persianas,
E dum ou doutro, em quartos estucados,
Ou entre a rama dos papéis pintados,
Reluzem, num almoço, as porcelanas.
Como é saudável ter o seu aconchego,
E a sua vida fácil! Eu descia,
Sem muita pressa, para o meu emprego,
Aonde agora quase sempre chego
Com as tonturas duma apoplexia.
E rota, pequenina, azafamada,
Notei de costas uma rapariga,
Que no xadrez marmóreo duma escada,
Como um retalho de horta aglomerada,
Pousara, ajoelhando, a sua giga.
E eu, apesar do sol, examinei-a:
Pôs-se de pé; ressoam-lhe os tamancos;
E abre-se-lhe o algodão azul da meia,
Se ela se curva, esguelhada, feia,
E pendurando os seus bracinhos brancos.
Do patamar responde-lhe um criado:
«Se te convém, despacha; não converses.
Eu não dou mais» E muito descansado,
Atira um cobre lívido, oxidado,
Que vem bater nas faces dum alperces.
Subitamente - que visão de artista! -
Se eu transformasse os simples vegetais,
À luz do sol, o intenso colorista,
Num ser humano que se mova e exista
Cheio de belas proporções carnais?!
Bóiam aromas, fumos de cozinha;
Com o cabaz às costas, e vergando,
Sobem padeiros, claros de farinha;
E às portas, uma ou outra campainha
Toca, frenética, de vez em quando.
E eu recompunha, por anatomia,
Um novo corpo orgânico, aos bocados.
Achava os tons e as formas. Descobria
Uma cabeça numa melancia,
E nuns repolhos seios injectados.
As azeitonas, que nos dão o azeite,
Negras e unidas, entre verdes folhos,
São tranças dum cabelo que se ajeite;
E os nabos - ossos nus, da cor do leite,
E os cachos de uvas - os rosários de olhos.
Há colos, ombros, bocas, um semblante
Nas posições de certos frutos. E entre
As hortaliças, túmido, fragrante,
Como dalguém que tudo aquilo jante,
Surge um melão, que me lembrou um ventre.
E, como um feto, enfim, que se dilate,
Vi nos legumes carnes tentadoras,
Sangue na ginja vívida, escarlate,
Bons corações pulsando no tomate
E dedos hirtos, rubros, nas cenouras.
O sol dourava o céu. E a regateira,
Como vendera a sua fresca alface
E dera o ramo de hortelã que cheira,
Voltando-se, gritou-me, prazeirenta:
«Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?!...»
Eu acerquei-me dela, sem desprezo;
E, pelas duas asas a quebrar,
Nós levantámos todo aquele peso
Que ao chão de pedra resistia preso,
Com um enorme esfoço muscular.
«Muito obrigada! Deus lhe dê saúde!»
E recebi, naquela despedida,
As forças, a alegria, a plenitude,
Que brotam dum excesso de virtude
Ou duma digestão desconhecida.
E enquanto sigo para o lado oposto,
E ao longe rodam umas carruagens,
A pobre afasta-se, ao calor de Agosto,
Descolorida nas maçãs do rosto,
e sem quadris na saia de ramagens.
Um pequerrucho rega a trepadeira
Duma janela azul; e, com o ralo
Do regador, parece que joeira
Ou que borrifa estrelas; e a poeira
Que eleva nuvens alvas a incensá-lo.
Chegam do gigo emanações sadias,
Oiço um canário - que infantil chilrada! -
Lidam ménages entre as gelosias,
E o sol estende, pelas frontarias,
Seus raios de laranja destilada.
E pitoresca e audaz, na sua chita,
O peito erguido, os pulsos nas ilhargas,
Duma desgraça alegre que me incita,
Ela apregoa, magra, enfezadita,
As suas couves repolhudas, largas.
E como as grossas pernas de um gigante,
Sem tronco, mas atléticas, inteiras,
Carregam sobre a pobre caminhante,
Sobre a verdura rústica, abundante,
Duas frugais abóboras carneiras.
13 agosto, 2007
Para fazer o retrato de um pássaro
Primeiro pintar uma gaiola
12 agosto, 2007
Boa semana para todos!
09 agosto, 2007
“Em 1793, as batatas eram consideradas tão indispensáveis que um decreto da
República Francesa ordenou um censo dos jardins de luxo, a fim de que eles
pudessem ser destinados ao cultivo desse tubérculo. O resultado foi que a
principal avenida do Jardim das Tulherias e os canteiros de flores passaram a
ser de cultivo de batatas. Por isso, as batatas por muito tempo também tiveram o
nome de “laranjas reais”
A receita:
1 dente de alho
1 kg de batatas grandes, descascadas, em rodelas finas
1 xícara de chá de queijo gruyère, suiço ou françês, ralado na hora
1 xícara de chá de crème fraîche
sal
Esfregue o alho no interior de um prato refratário, de preferência de porcelana. Arrume uma camada com metade da batata. Espalhe metade do queijo e, depois, metade do creme. Polcilhe com sal. Arrume camadas iguais na mesma ordem, até que terminem os ingredientes. Leve ao forno, com o prato destampado, até que a superfície fique crocante e dourada (de 50 a 60 minutos). Sirva imediatamente.
Bom jantar amigo Biagio!
Obs: receita de Patricia Wells, Cozinha de Bistrô.
05 agosto, 2007
Design e Tradição na Gastronomia
Enrique Raul Renteria, Doutor, PUC-Rio e Claudia Habib Kayat, Especialista, Japan Packaging Institute.
Na produção em volume, tal como todo produto industrial, o alimento requer um projeto prévio a sua industrialização bem sucedida. O objetivo deste curso é contribuir para a compreensão da alimentação atual que na sua inevitável massificação deve conciliar a industrialização, que exige Food Design, com a tradição dos consumidores. No entanto, saber o quê, quando, como, porquê e para quê, uma pessoa come (consome alimento) é o ponto de partida inevitável do design de qualquer alimento, indo desde a escolha dos ingredientes, manipulação, corantes e conservantes até a sua embalagem. O curso visa apontar respostas a essas questões básicas do design para obter um produto que concilie interesses e pressões de consumidores, concorrentes, tecnologias e legislação. A preocupação com como era a alimentação antes e como ela é agora, objeto da atenção de estudiosos e pensadores de todos os campos do saber, serve de referência para explicar os projetos que levam à produção em grande escala. Durante o curso procura-se identificar e compreender as tendências, de ordem social, política, econômica e religiosa, colocadas pelas diferentes sociedades ao longo da história que influíram no processo de criação de novos alimentos ou de novas versões de alimentos existentes, influências essas que podem ajudar a entender a futura evolução dos alimentos, ilustrando os aspectos tecnológicos dessas inovações à luz dos princípios da gastronomia molecular, acessível ao público em geral e utilíssimo instrumento para compreender alimentos existentes e criar novos.
Fim de férias e saudades da Liberdade
Polenta de Grana Padano e mel
150 g de farinha para polenta branca
600 ml de caldo de legumes
2 folhas de sálvia
15 g de manteiga
15 g de grana padano
15 ml de azeite
sal a gosto
pimenta-do-reino branca a gosto
1 colher de sopa de mel (para a hora de servir)
Coloque o caldo de legumes para ferver e, com uma colher de pau, vá acrescentando, aos poucos, a farinha da polenta. Quando a polenta começar a borbulhar, junte as folhas de sálvia e prossiga o cozimento por uns 30 minutos – sempre mexendo. Quando a polenta começar a soltar das paredes e formar uma pequena crosta na superfície, ela estará cozida. Desligue o fogo e acrescente os queijos, a manteiga, o azeite e o sal. Na hora de servir, decore com o mel.
18 julho, 2007
15 julho, 2007
"Em última análise, vale a pena recordar que o bom pão depende sobretudo da
qualidade dos homens e mulheres que o produzem"
Steven L. Kaplan
14 julho, 2007
Coleção 2007/2008
Variações sobre o mesmo tema
Creme Brulê de café com geléia de laranja
750 ml de creme de leite
250 ml de leite
café solúvel o quanto baste
9 colheres de sopa de açúcar
geléia de laranja (de preferência a que contenha pedaços)
Misture bem todos os ingredientes. Distribua nas forminhas próprias para creme brulê. Asse em banho-maria a 150 g por 20 minutos. Confira se está firme. Se não estiver, deixar por mais 5 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar. Guarde na geladeira até a hora de servir.
Ao misturar os ingredientes formará uma espuma, tente despejar no recipiente em que será assado no banho-maria sem a espuma. Quando for queimar o açúcar, faça em duas etapas; a primeira: despeje pouco açúcar e queime sem dar muita coloração e espere esfriar, isso fará com que o creme brulê fique com uma camada impermeável; na segunda: coloque um pouco mais de açúcar e queime até caramelizar.
Receita e dicas do chef Flávio Frenkel, incluída no catálogo da Spicy outono/inverno 2007.